2010/06/30

Estamos numa competição mundial!


Estamos atravessar momentos de forte instabilidade, na felicidade de mudarmos de opinião, de afectos e de processos, como em muitos outros domínios. Estamos a viver tempos de mudança. Tratam-nos como dados estatísticos, porque o carácter racional do poder estabelece-se entre quem domina e quem é dominado – ou quem não se importa de o ser. Andamos sem saber que direcção seguir. Entretanto o país continua pobre, com uma economia frustre, uma limitada capacidade de criação de riqueza e uma burguesia mais de Estado do que de empresa. O país está inquieto e angustiado, incompreensível e sem soluções, apesar das liberdades conquistadas. Herdamos antigas inércias: irresponsabilidade, medo que sobrevive sob outras formas, falta de motivação para acção, resistência ao cumprimento da lei, etc..
A partir do momento que aderimos à Comunidade Europeia e aceitamos as regras impostas pela chamada globalização, estamos numa competição mundial. Se perdermos um ponto de produtividade, perdemos encomendas. Para parafrasear o teórico político alemão Carl Schmidt: “a Guerra fria era um mundo de Amigos e Inimigos. A globalização, pelo contrário, tende a transformar tanto Amigos como Inimigos em concorrentes”. A angústia definidora da globalização é o medo de uma mudança rápida por parte de um inimigo que não conseguimos ver, tocar ou sentir – a sensação de que o nosso emprego, a nossa comunidade ou o nosso local de trabalho podem ser transformados de um momento para o outro por forças económicas e tecnologias anónimas, catalogados de tempos modernos. Pessimista, melancólico, mas com uma visão certeira do mundo que fizemos e nos espera.
Acabaram-se os dias de segurança que nos ofereciam o terror atómico e a Guerra fria. Espera-nos uma hipótese de caos, prefigurado em dezenas de guerras civis, étnicas, religiosas e outras com que vivemos num arrepiante terror. Anuncia-se uma espécie de desordem mundial que o terrorismo, o mercado de armas atómicas e nucleares, a droga e a errância (ódio, indiferença) de milhões de seres desenraizados povoam. Só uma enorme, agora discutível, reserva de humanidade, nos pode salvar. Do desastre. Ou da indiferença!

2010/06/22

Vivemos numa crise generalizada


Vivemos numa época de crise social, económica e, principalmente, crise da justiça e de valores. A meu ver, a crise de valores foi responsável por desencadear a crise social, económica e da justiça. A meu ver, também, a crise de valores e da justiça generalizam-se devido ao facto de os Direitos se terem suplantado aos Deveres. É o Direito dos Trabalhadores, das Crianças, os Direitos Humanos, dos Consumidores, o direito a Subsídios (por tudo e por nada), o direito a receber o vencimento mesmo estando suspenso de funções, o direito à greve, o direito ao crédito, o direito à formação, o direito à habitação etc…
Generalizaram-se de tal modo os direitos das pessoas… que, hoje, pouco se fala dos deveres! Houve, e ainda há, um abuso sistemático desses direitos adquiridos. E, a reboque de tantos direitos, criou-se uma cultura de facilidades e facilitismos, onde as obrigações são esquecidas e as punições pelas faltas não são aplicadas. Criou-se, assim, gerações irresponsáveis, mal criadas, pouco cumpridoras e pouco produtivas.
Voltar a interiorizar os deveres é, para algumas pessoas, quase inconcebível. E, a punição severa pelas faltas é quase uma afronta.
Quem nasceu até à década de 60 inclusive (onde eu me incluo) sabe bem como as coisas mudaram em termos de educação e liberdade, nomeadamente no caso das crianças e adolescentes. Na minha infância e adolescência, a maneira como eu e muitas outras pessoas fomos educados é hoje condenada por alguns educadores e psicólogos, mas o que é que a minha geração e as gerações anteriores à minha – educadas em regime de (quase) ditadura – tinham a noção do que era a responsabilidade e o respeito pelos mais velhos (pais, tios, avós, etc.): o respeito pela Autoridade (policia, tribunais, etc.)… Neste momento já ninguém tem respeito por ninguém… Os alunos não respeitam os professores, muitos filhos não respeitam os pais, muitos empregados não respeitam os patrões, muitos reclusos não respeitam os guardas prisionais, muitos cidadãos não respeitam as ordens dos tribunais… É uma verdadeira bagunça! Principalmente nas gerações mais novas.
Desde que não haja um abuso sistemático de poder a hierarquia deveria ser sempre imposta e respeitada. Nas prisões, os guardas deveriam impor a ordem sobre os reclusos. Os reclusos não gostam?! Então deveriam ter pensado melhor antes de cometerem crimes e irem presos! Nas escolas os professores deveriam imporem a ordem sobre os alunos. Os alunos não gostam?! Então que fiquem em casa! Em casa, os pais deveriam impor a ordem sobre os filhos. Os filhos não gostam?! Paciência. Nas empresas os patrões deveriam impor a ordem sobre os seus empregados. Os empregados não gostam?! Então que procurem outra empresa para trabalhar, pois tenho a certeza que, se for um bom profissional, o patrão tudo fará não o perder! Na sociedade os tribunais deveriam impor a ordem sobre os cidadãos. Os cidadãos não gostam?! Há sempre a hipótese de recorrer a tribunais superiores. Etc.. Tenho a certeza de que se a hierarquia fosse respeitada, esta e as outras nações, mal habituadas, não estariam atoladas numa crise generalizada (social, económica, de valores e de justiça).

2010/06/17

Valioso ter amigos


Um amigo
É aquilo que vos digo,
Quero tê-lo comigo
Em toda a vida segui-lo
Sempre que fala ouvi-lo
Mas nunca tentar traí-lo
E nem sequer seduzi-lo
E adaptar-me ao seu estilo…

Se o souber acompanhar
Muita sabedoria me vai dar,
De certeza que me vou orgulhar
Por a todo o mundo poder mostrar
O que o amigo me andou a ensinar
Para eu fazer, de tudo, a brilhar
E com as letras soletrar
Uma poesia de encantar
E nela um abraço deixar...
E porque também já vou acabar
Porque tenho que me deitar,
Se calhar com vocês sonhar
Porque cedo me vou levantar
Pois tenho que trabalhar...

Amanhã, se calhar
Convido o amigo a almoçar.
Acabo agora por vos abraçar
Vos pedindo... para aqui comentar.

2010/06/08

O PEIXE NÃO É DO PESCADOR


É revoltante o que tenho presenciado na lota da Figueira da Foz. Mas, pelos vistos não é só ali que se passa isto que vou neste artigo comentar.
Durante a época de Verão, desloco-me aquele local com a finalidade de comprar sardinha para as sardinhadas que são feitas por altura das festas populares em alguns lugares de Soure, onde me poderei encontrar em ajuda ás comissões organizadoras.
Entro na lota por volta das 8,30h. e logo que acabo de chegar, vejo chegarem camiões espanhóis carregados de pescado e a descarregar-nos naqueles armazéns. Lá por volta das 9.30, 10.00h. chegam as nossas embarcações mas, só os donos daqueles armazéns é que se podem aproximarem das mesmas e comprarem o pescado. Esses armazenistas compram o cabaz de sardinha (22 kg) a 4,00€. Apenas, essa sardinha, passe da zona de desembarque e entre no armazém (distancia 20 metros) será vendida por 30,00€ o cabaz. Depois no mercado, por exemplo em Soure, é vendida a 4,00€ o kg. o que corresponde a 88,00€ os 22 kg. do cabaz que rendeu apenas 4,00€ a quem andou a noite inteira em risco de vida, gastando gasóleo e que, se teve o azar de pescar apenas 300 kg., recebe apenas 54,50€ mas vai render na mão do intermediário cerca de 1200,00€!
Duvido muito que esta diferença, exorbitante, existisse no tempo da governação de Salazar.
O peixe não é do pescador, é de quem o vende ao consumidor. Lamento e revolto-me por ver que este país está entregue a ladrões que roubam à descarada e os governos estão-se marimbando para os explorados pescadores. Não é justo, mas o culpado de todas estas sequelas, que atingem as classes menos favorecidas, são dos governos desta Democracia falida.
Preferia ser selvagem!!!

2010/06/02

Republic of South Africa e a copa do mundo

Este artigo aborda um assunto complexo, que atinge, de uma forma geral, os mais desfavorecidos, pois ele é um evento como tantos outros, e que, ainda á pouco, um outro em Lisboa (O Rock in Rio), como tal, me revolta.


Que ninguém viva de ilusões. O Campeonato do Mundo, ou se preferirem, a Copa do Mundo, não vai dar beneficio algum á população do país ou, até mesmo, a África. Aquele evento, é um como tantos outros, que já foram feitos e realizados com o apoio dos media, de forma a cobrirem todo o mundo e quem lucra com tudo isso são os poderosos que já têm milhões e continuam a fazerem estes eventos para irem buscar mais riqueza fazendo com que o mais pequeno e mais humilde acabe por cair na enrolação e gaste o seu dinheiro para verem os jogos, nem que para isso tenha de faltar em casa, para seus filhos, o pão e o leite. Os Sul-africanos não irão ganhar nada com isso. Vejamos quanto ganham os jogadores, os treinadores e presidentes destes clubes! Vejamos quanto ganham os organismos e seus dirigentes que fazem parte deste evento! Vejamos quanto ganham os media, canais de TV. Ainda nem começou esse campeonato mas já rendeu milhões, não ao povo da África do Sul. Pelos meus cálculos, só em Portugal já foram vendidos mais de um milhão de vuvuzelas “(inglês vuvuzela, do zulu) s. f. Tipo de corneta comprida, com som forte e grave, frequente entre os adeptos de futebol sul-africanos”. E as tshert’s estampadas, bandeiras, bonés etc. etc.. Vos garanto que o povo daquele país não tirará benefício nisso. O mundo é assim! O mundo caiu na mão de exploradores que só pensão, a todo o momento, como fazer e o que mais fazer, para que o mais pequeno continuem a largar suas poupanças a fim de alimentarem as suas ganâncias. Chamem-lhe o que quiserem, “Campeonato do mundo” ou como no Brasil “Cópa do Mundo”, isso é mais uma coisa que me revolta e me leva a sentir, cada vez mais, o desejo de querer ser selvagem.

Me desculpem por pensar assim, mas é que me revolta estas e outras estratégias aplicadas pelos malabaristas.