2010/02/28

Vítimas de preconceito

Já foram escritos, neste meu blog, uns artigos que falam das barreiras que os portadores de deficiência são obrigados a aceitar ou a lutarem contra elas muitas das vezes em vão. O maior e pior dos problemas de que os deficientes são vitimas são os preconceitos. Cresci sempre convivendo com jovens da minha idade e sempre notei, neles, serem isentos de preconceitos em relação há minha deficiência, mas o mesmo já não acontecia por parte dos idosos. É assim, ser-se deficiente não é problema, problemas são os que não são deficientes e para quem as barreiras não são tão intransponíveis.
As barreiras têm vários quadrantes, não só as que encontramos na arquitectura, como já falei, nas negligências e mesmo até, nos preconceitos.
Desde sempre soube que as pessoas, não deficientes, têm duvidas e não acreditam no perfeito desempenho, que poderão ter, os deficientes, no campo sexual. Eu próprio ouvi muita vez a minha mãe, quando eu mandava uns piropos às miúdas, dizer: "Coitado, quem não pode rincha"!
Mesmo na minha convivência com os meus amigos e amigas, me perguntavam se sexualmente eu era activo. Também quando tive a primeira namorada, com a qual o relacionamento durara cinco anos, quando às vezes a deixava em casa, por volta das 3h da manhã, soube que o pai dela a ser interpelado pelos amigos, ao dizerem-lhe: -A tua filha namora com o Zé Sousa da aparelhagem, (era assim que era conhecido por trbalhar com aparelhagens sonóras na animação de festas).
Ele respondia: -Oh coitado, aquilo é só uma companhia, então ele lá consegue fazer alguma coisa! Com ele, não tenho eu medo, que ela prenha não aparece, não!
Agora, depois de eu estar a viver com esta mulher, as colegas mais descaradas que já me conhecem há 20 ou 30 anos, perguntam-lhe sobre a nossa sexualidade. Quando ela lhes responde que é cem por cento funcional e que a minha deficiência nada impede o bom desempenho, ficam perplexas e dizem: -Nunca pensei, parece impossível!
Este é um dos grandes e graves preconceitos que existem na sociedade. Logo que se deparam com alguém imaginam a parte sexual, e se, esse alguém, for deficiente, essa parte é destorcida para o lado negativo.
Este é um dos grandes problemas da nossa sociedade em relação à deficiência.

2010/02/27

Diferentes entre iguais


O tema que vou abordar não é de minha autoria. É um trabalho de avaliação escolar de Dina Noro, aluna nº. 8, 12º E residente em Soure. Antes de o descrever quero agradecer-lhe por ter escolhido este tema. Isto é sinal de que os Jovens estão mais atentos a este problema que é um problema de todos. “DIFERENTE ENTRE IGUAIS”. Este é o título da sua ficha de avaliação, e começa por dizer: -Porque decidi abordar este tema? Decidi tratar este tema, porque penso que os grupos que vou abordar ainda são alvo de uma grande discriminação por parte da nossa sociedade, e é por isso necessário agitar algumas consciências e alertar a sociedade para os problemas e obstáculos com que se deparam diariamente. São pormenores insignificantes para quem se pode dar por contente por não ser deficiente, mas de uma importância crucial para quem todos os dias é confrontado com as inúmeras barreiras, sem contar é claro com o preconceito e discriminação por parte das pessoas que não se lembram que qualquer de nós por uma fatalidade do destino pode vir a ser deficiente. É por isso que é importante alertar para estes problemas, não só por e para quem é deficiente, mas também por todos nós. DEFICIENTE O QUE É? A deficiência é uma limitação física, intelectual ou sensorial, uma enfermidade mental ou doença que exige atenção médica, esta pode ter carácter temporário ou permanente, por isso deixou de ser um problema de um grupo minoritário, que apenas diz respeito às pessoas que têm uma deficiência visível, pois coloca todos os problemas de saúde ao mesmo nível. Existem vários tipos de deficiência: deficiência motora, deficiência visual, deficiência auditiva, deficiência mental, que afectam mais ou menos a vida de quem delas padece , da família e de própria sociedade. São muitas as barreiras que se colocam na nossa sociedade a quem é deficiente. Na maioria dos locais públicos não existem rampas de acesso para deficientes motores, não existem sinais sonoros para os deficientes visuais, nem existem nos serviços públicos pelo menos uma pessoa com conhecimentos de língua gestual. No dia a dia, são muitas as dificuldades com que se deparam os deficientes, e que comprometem a sua auto-suficiência, e autonomia. Quando se fala de acessibilidades normalmente associa-se a cidadãos deficientes, não nos devemos esquecer; ao contrário do que muita gente pensa, que estes são uma minoria mas sim 9,18% da população portuguesa, e uma minoria por pouco que seja é sempre é sempre muita gente. É de considerar que um indivíduo com determinada deficiência pode possuir ainda outro tipo de incapacidade (visão, audição, fala, locomoção e muitos outros). Então há que criar infra-estruturas de acessibilidades bastantes abrangentes, nas casas, carros, comboios, passeios, cinemas, bibliotecas, todos os edifícios e transportes públicos, cabines telefónicas, multibanco etc. etc. para este tipo de deficiência e sem limites ou descriminações sociais. Para minorar essas dificuldades é importante implantar algumas medidas tais como: não estacionar automóveis ou outros veículos no passeio, pois estes podem prejudicar sobretudo os deficientes visuais e motores. Rebaixar os passeios ou vias de acesso aos locais públicos (correios, repartições de finanças, farmácias, restaurantes…). Na conversa com um deficiente motor do concelho de Soure, (José Sousa), segundo este senhor no concelho de Soure não existem quase acessibilidades nenhumas, apesar de terem saído inúmeros leis que prevêem a criação das mesmas. Segundo ele, foi graças á sua pressão que rebaixaram as passadeiras junto ao centro de saúde e no centro da vila de Soure. Também no tribunal, apesar de já haver uma rampa de acesso ao edifício, só agora lá foi colocado um elevador para que precisar de ir ao primeiro andar onde se tratam a maior parte dos assuntos. Para este cidadão é inadmissível que em Soure sede de Concelho não haja para deficientes rampas na Junta de Freguesia...). Para alem disto, esta aluna abordou muitos outros e vários assuntos que têm haver com barreiras não só arquitectónicas mas também da burocracia, negligencia e desprezo a que os deficientes estão sujeitos. Esta jovem está de parabéns porque veio demonstrar que os jovens vem este problema de uma forma mais séria e que estão dispostos a lutar para acabarem com a discriminação, porque todos são diferentes mas somos todos iguais. Mais uma vez, parabéns Dina Noro.

O AMOR NÃO TEM COR


O amor é um moinho
Mói, mói, mói,
O amor é um carinho
Que dói, dói, dói.

Não há dor que mais doa
Que a dor do amor,
Dói no preto, dói no branco
É dorzinha que não tem cor.

2010/02/26

Sem título


Este artigo é de autoria de
Pedro Vaz Serra economista


Há partes deste nosso mundo que, pensamos nó, não existem. Mas existem. E há efeitos da natureza que, por vezes, são aterradores. E mais aterradores ainda quando incindem num local onde a acção do próprio Homem ajuda à destruição, não só física, mas também moral, de todo um pouco.

E há uma zona do continente americano, habitualmente conhecida e reconhecida pela beleza das suas paisagens, pela cor do seu mar e pelos tons da sua areia - as Caraíbas - onde o resto do mundo gosta de ir passar uns bons momentos de descontração e lazer.

Nas Caraíbas existe, também, uma ilha - Hispaniola - partilhada por dois países, a República Dominicana e o Haiti que, desde 1804, é a primeira república da América Latina. Antes, o Hiti foi um colónia espanhola, depois passou para o domínio francês. E desde que assumiu a independencia, nunca mais conseguiu afirmar-se como país. Em duzentos anos, o Haiti teve mais de 30 golpes de Estado, marcados pela violência, pelo desrespeito total dos Direitos Humanos. Pela absoluta anarquia de um Estado que, simplesmente, não existe. E pela chocante falta de condições para aquilo a que podíamos classificar como o mínimo de dignidade para os seus cidadãos que, em bom rigor, nem sabem bem o que isso é. Por outro lado e em comparação com a vizinha República Dominicana, o Haiti destruiu completamente o seu ecossistema. Recordamo-no, a propósito, do que aconteceu na ilha da Páscoa, em que os habitantes esgotaram todos os recursos naturais, tendo sido obrigados a ir viverer para outro lado. Ainda hoje é um deserto. São exemplos práticos, lamentáveis e irreversíveis de ausência total de critério e de sustentablidade nas acções.

No Haiti, a terra tremeu - com especial intencidade - durante 30 segundos, no passado dia 12 de Janeiro. Serão mais de 200 mil as vítimas mortais. Serão, no mínimo, 3 milhões as pessoas directamente atingidas. Mas de 80% da população vivia com menos de 2 dólares por dia, ou seja, abaixo, muito a baixo, do limiar de sobrevivência. Hoje, em Port-au-Prince, não há água nem luz. Mas já não havia, antes do sismo, para a maioria da população. Hoje, o sistema de esgotos e condutas é inexistente. Mas já o era, para a maioria da população, antes desta catástrofe natural. Hoje, as habitações ruíram. Mas as construções que existiam espalhadas por aqueles morros não eram casas, eram um amontoado de pedras, ou tijolos, mais ou menos sustentados e emparedados sabe-se lá com quê, que permitiam que a população fosse tendo um simples tecto.

Por estes dias, os relatos, as fotos, as imágens que temos recebido são dantescas. Este território, particularmente afectado pelas condições naturais e pela auto-destruição, tem um povo moribundo, em agonia.

Estamos, seguramente, perante um daqueles casos onde toda a ajuda internacional é insuficiente. Para j´, as prioridades vão, naturalmente, para a criação de condições mínimas para aqueles que sobreviverem. E não é preciso muito. Todos os países já lá estão, ou vão a caminho. Para além de dinheiro, o Haiti precisa de orientação e de organização. Precisa de refundar a sua própria existência. O sismo que agora aconteceu veio mostrar, com uma ainda maior dureza, a realidade de 9 milhões de pessoas que habitam um território há muito esquecido. As Nações Unidas estão instaladas, há anos, no Haiti. Aliás, diga-se, as poucas infra-estruturas existentes (ou melhor, que existem...) são causa e consequência da presença da ONU. Mas é pouco, muito pouco. E, principalmente, é intangível e inacessível para a maioria da população. O Haiti não evoluiu, não cresceu, não conseguiu criar uma semente de esperança e um horizonte de vida para a sua população. Vive-se numa completa anarquia institucional.

Como quase sempre acontece - é a prova que "nós somos nós e as nossas circunstâncias", como afirmava Ortega y Gasset - os milhares de Haitianos que emigraram, ao longo das últimas décadas, para os Estados Unidos e Canadá, ocupam e desempenham, de pleno direito, posições e funções de destaque nas empresas e nas universidades, entre outros bons exemplos, sendo uma comunidade muito respeitada e com provas dadas. Uma comunidade criativa, empreendedora,criadora de emprego, tranquila, com visão. A antitése do que acontece no seu país de origem.

Não consegui dar um título a este meu texto, pois a dimensão da tragédia ultrapassa tudo aquilo que possamos escrever ou descrever e não há uma frase ou palavra suficientemente esclarecedoras para o efeito. Sei, apenas que é um imperativo de cidadania ajudar o Haiti.

Entretanto, já vi alguns sorrisos, através da televisão, nuns poucos haitinianos. Tal aconteceu - muito provavelmente, pela primeira vez em muitos anos - quando a ajuda internacional entregou um simples pacote de bolachas e um pouco de água a alguns daqueles que, vivendo mal desde sempre, vivem agora muito pior. Antes do sismo, no Haiti, a população tentava sobreviver. Hoje, no Haiti, depois do sismo, a população já não tenta nada. Apenas tenta manter-se viva, sem saber bem para quê. Que, pelo menos desta vez, o mundo possa transmitir e proporcionar aos que sobreviveram a mais esta provação um motivo válido, duradouro e consistente para continuarem a viver, apesar de tudo terem perdido. E, já agora, que o mundo não esqueça uma série de outros territórios onde, por acção do homem e não tanto por efeito da natureza, as circunstâncias da vida e as perspectivas de futuro são idênticas às do Haiti.

2010/02/25

Modernices ou… loucura?




A sociedade ocidental está doente. A doença que os contaminou não tem cura. Mas o pior do que estarem doentes é o facto de através de armamento bélico, à força, tentarem impor essas doenças nas sociedades orientais. A doença das sociedades ocidentais tem várias sequelas.
“A corrupção”, é uma das doenças. Daqui sobressaem várias sequelas, como: sacos azuis; apitos dourados; face oculta e tantos outros por nós conhecidos.
“A pedofilia”, outra das doenças, onde as sequelas são: Classes altas, Advogados, padres, professores, VIP’s, Governantes, entre outros. A droga, há os que a utilizam para consumo e os que, disfarçadamente, a combatem mas ficam à espera de uma oportunidade e, clandestinamente, enriquecer à custa dela. E temos os governos a dar apoio aos consumistas, fornecendo-lhe metadona, seringas, preservativos, alimentos e, como não bastasse, abrem-lhes salas onde se podem drogar (as chamadas Salas de Chuto).
“A Homossexualidade”, onde pessoas do mesmo sexo querem casar, e a lei acabou até por ser aprovada mas se não o foce viviam em união de facto. Agora querem que a lei aprove, também, o poderem ter um filho! Esta agora é que é a super-loucura nos homens! No caso da união entre duas mulheres, isso até é fácil, e até podem terem 20 filhos, visto que tive uma tia que teve 10, elas são duas. Cada uma vai ter com um homem, dão umas quécas e está resolvido o caso, os ovários estão lá. Mas o caso muda de figura na união entre dois homens. Qual deles é que vai ter o filho?
Há uns anos atrás, salvo o erro, nos anos sessenta, havia um prémio de alto valor para o primeiro homem que viesse a dar à luz um filho. Pode ser que esse prémio ainda se encontre em vigor e, quem sabe, pode ser, que se esteja a chegar a altura de ser reclamado. No caso de ambos vierem a ter um filho por adopção, embora a lei ainda o não permite, como viverá essa criança? A quem é que ela vai chamar de mãe ou de pai? Quando ela se aperceber que, as outras crianças chamam de mãe a uma mulher e pai a um homem e que, elas, são o fruto de uma relação amorosa e que só assim existe vida? Será que, essa criança não se sentirá traumatizada? Esta é mais uma das grandes doenças do mundo ocidental. Não são “modernices” são é “loucuras”! É uma doença do fórum psicológico dos humanos!
“O Aborto”, é deste que vou falar um pouco mais. O Aborto é matar um ser que tem vida, mesmo que ainda não tenha surgido aos nossos olhos. A forma natural do sexo (copula) é a reprodução, é assim em todos os animais. Será que, ainda um dia iremos ter vacas, porcos, cães, gatos, coelhos e tantos, tantos outros animais, a optarem por interromperem a gravidez porque ficaram prenhas? As pessoas que concordam com o aborto, ou com o casamento entre gays só poderão estarem doentes, cerebralmente estão doentes! Também não consigo compreender como é que em 1998 ganha o NÃO ao aborto e passado uns anos volta a haver referendo. Será que daqui por uns anos os que votaram no NÃO vão exigir um novo referendo? O aborto é mais uma das doenças dos países ocidentais e é repugnante que à força de armas tentem semear essas doenças (Corrupção, Pedofilia, Droga, e aborto) nos países Árabes, como o Iraque, Líbano, Irão, Palestina, Arábia Saudita, etc. etc. onde coisas como estas, são vistas como um atentado contra a natureza, ou contra Deus. E serão torturados, até à morte, quem as praticar. Concordo plenamente com este sistema. Não gosto deste mundo onde vivo mas… sou obrigado a viver nele. Com tudo o que leram, mais uma vez vêem porque é que eu “QUERIASERSELVAGEM”.

2010/02/24

O 25 de Abril e a festa dos Cravos


Nunca ninguém me viu, nem irá ver, no dia 25 de Abril, colocar um cravo no bolso do casaco ou trazelo comigo num outro lugar. Primeiro porque, o 25 de Abril de 1974, para mim, e penso que para a maioria, não foi benéfico.

E a verdade da minha opinião, é que, tal como tivemos oportunidade de ver, no apanhado, que um canal de televisão elaborou com o intuito de se saber qual teria sido o maior português a governar Portugal, foi eleito António Oliveira Salazar.

No dia da revolução, que de revolução nada teve, simplesmente, uns militares, aproveitaram-se da fragilidade em que se encontrava o governo, de Marcelo Caetano, para se apoderarem do poder. Até porque, Marcelo Caetano já estava a mudar muito o regime herdado de Salazar. Foi ele quem criara a Segurança Social e penções. Também ele tinha uma politica de maior abertura a novas ideias de governação e os jóvens deputados, entre estes pontificavam os bem conhecidos, José Pedro Leite, Francisco Balsemão, Mota Amaral e Francisco Sá Carneiro. Este grupo parlamentar juntamente com Marcelo Caetano tinham uma visão reformista, modernizadora e humanista no quadro do regime. A União Nacional tinha sido fundada nos valores do trabalho, da familia, do nacionalismo e de uma coesão interna idealizada num cooperativismo e o lema "Deus, Pátria e Familia", e no seu V congresso passa a designar-se "Acção Popular" e Marcelo substitui, em Fevereiro de 1974, a expressão "Estado Novo" pelo "Estado Social". Eram frutos dos tempos e cada tempo teve a sua história e seus frutos. Mas, todos eles, governaram com amor à pátria e eram patriotas. Hoje, governa-se com amor aos altos salários, governam sem contenção desperdiçando os dinheiros públicos levando milhares e milhares de familias a viverem ao mais baixo nível de pobreza. Cedem a exigências feitas por outros países, como por exemplo, a utilização do espaço aéreo e aterragem nos aeroportos militares por aviões da CIA. O envio de militares para os campos de batalha das guerras provocadas por outros países em outros países. O antipatriota, quando do envio de militáres para as ex-colonias, a fim de protegerem os portugueses, brancos, negros e mestiços, criticavam e não aceitavam. Hoje, não se impõem ao envio das citadas Forças Armadas para esses campos de batalha que nada têm a ver connosco! Deveriam lá ficarem todos.

São coisas como estas e outras mais que me fazem sentir revoltado com o 25 de Abril. Neste dia, algumas pessoas festejam-no, relembrando o dia e os fantoches Mário Soares, Álvaro Cunhal, Otélo Saraiva de Carvalho esquecendo-se do verdadeiro homem que comandou a coluna militar, chamado Salgueiro Maia. Sempre fui a favor de uma democracia. Antes do 25 de Abril de 1974 vivia em Angola e sempre ouvi os portugueses de raça branca, comentárem uns com os outros, de que se deveria acabar com a colonização, e fazer de Angola um Brasil. Até porque, tal como eu, tantos e tantos outros brancos éramos militantes da UNITA (União Nacional para a Independencia Total de Angola), o qual tinha como presidente Dr. Jonas Malheiro Savimbi que era um grande patriota que queria uma Angola livre, pluralista e pluriracial. Ainda hoje, reservo o me cartão e sou militante da UNITA em Angola.

Quando ouvimos falar da queda do regime em Portugal, ficamos felizes e nos meses seguintes juntávamo-nos nos grandes comícios da UNITA para ouvir o Dr. Jonas Savimbi. Os Angolanos 60% eram simpatizantes da UNITA, se tivesse havido eleições livres a UNITA ganharia, não haveria os 28 anos de guerra nem a fuga dos que não queriam morrer e hoje estaria lá um grande país sem a miséria que por lá prolifera. Mas não, isso não aconteceu porque os Bandalhos parasitas, que tomaram conta do regime na altura em Portugal, preferiram negociar com o MPLA que era um partido racista e comunista, e como o Agostinho Neto era cunhado de Rosa Coutinho, lá fizeram o cambalacho e entregaram sem se quer que o povo tivesse direito ao voto, levando-os para o caminho da guerra que durara quase 30 anos e onde morreram milhões de inocentes. Como vêem, os cravos vermelhos, no 25 de Abril, para mim representam traição e é um simbolo dos traidores, oportunistas que na altura da queda do regime, que nem sequer se encontravam em Portugal, estavam exilados, não contribuíram para o desenvolvimento da nação e nem no derrube, como alegam, do regime. Chegam cá e apresentam-se como heróis. Um heroi não foge, fica para juntamente com os outros, lutarem por aquilo que querem. A PIDE seguia-os porque sabiam bem o que eles eram e o que queriam. Vejam o Alentejo, que era o celeiro de Portugal; os estaleiros naváis, dos melhores do mundo; a fábrica de veículos (Berlié Tramagal) e outras, onde estão? Agora para pudermos sobreviver tem de se receber esmolas de outras nações e aceitar o que elas nos impoem, como por exemplo as cotas de produção agricula e pescado. Eu festejo o dia 24 e nunca o 25 de Abril. Mas deixo aqui os meus parabéns a esses políticos por terem conseguido o que pretendiam. Apoderarem-se dos dinheiros publicos, da corrupção e viverem ao mais alto nível de vida. Vejam o caso de Mário Soares, que foi tão falado, que andava a extorquir diamantes e marfim em Angola, e quando o seu filho, João Soares seguia num avião que foi deitado a baixo pelos guerrilheiros da UNITA na Jamba, nesse avião havia diamantes e marfim, o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, por causa de uma boca que Mário Soares mandou contra ele, ele amiaçou-o leva-lo a tribunal mas o caso foi abafado e porque? Não me perguntem que eu tambem não sei.

2010/02/23

A tristeza que me deu prazer


Hoje vou falar de futebol, mais propriamente do EURO 2008, de Luis Filipe Scolari, Cristiano Ronaldo e Deco. Quanto ao EURO 2008: logo no primeiro jogo vi que Portugal só iría resistir ás equipas mais fracas. Portugal, no EURO 2004, foi á final e... perdeu. No mundial de 2006 foi ás meias-finais e... perdeu. No mundial de 2010, na África do Sul, se for para cumprir com esta descida linear, serão derrotados logo na primeira volta. Quanto ao Cristiano Ronaldo, é um mito futebolistico. Utiliza o nome como imágem de marca que lhes foi criada pelos media, só consegue jogar se estiver rodeado de super jogadores. Para mim, o "mistico craque", nunca fez nada, não tem o valor que lhes atribuiem. Para fazer figura em Portugal, este mistico, só se for no Benfica porque está lá, agora, o Jesus e os jogadores levam-lhe a bola até perto da baliza.

Luís Filipe Scolari, como seleccionador, não presta e não mereceu o dinheiro que recebeu dos portugueses, nunca me convenceu. Mas como em Portugal, sempre tiveram o uso de que, o que é nacional não presta, chega cá um Brasileiro, que pode nem prestar no Brasil, mas fala brasileiro, dá uns pontapés na bola, os media fazem logo dele um craque. Tive muita pena de Portugal não ter chegado à final, mas por outro lado, gostei da derrota de Scolari.

O Deco: convenceu-me, parecia um rato, nem dava para perceber se era lateral direito, esquerdo ou ponta de lança. Ele estava em todo o lado. Para mim, foi o jogador de eleição.Temos jogadores, portugueses, que já não jogam mas encontram-se ligados ás equipas, e que, ficaram bem reconhecidos no mundo do futebol. Apostem nestes antigos jogadores! Dêem-lhes cargos de treinadores e selecionadores! Isso de apostarem em estrangeiros é uma ilusão! As equipas de futebol português, já não são as equipas dos anos 60 e 70. Actualmente, para mim, são mesmo as piores da Europa.

O Zé Mourinho não é bom!.. assim como o Scolari não é bom! Eles têm é a sorte de treinarem equipas que, já por si, são boas. Os jogadores se tiverem jeito para futebol e boa vontade não é preciso treinador algum. Isso de treinadores é uma ilusão de fanáticos de futebol e que outros aproveitam para ganharem ordenados chorudos. Conheci rapazes negros em Angola a jogarem futebol, nos terreiros de secagem de café nas fazendas, onde as balizas eram feitas de estacas com uma trave atada, que nunca souberam o que era um treinador, mas conheciam todas as regras de futebol, e, se viessem jogar ao lado dos nossos actuais jogadores, davam-lhes um baile. Mas, enfim... nós vivemos num mundo onde tudo são fantasias e ilusões...

Calamidade na Ilha da Madeira

No dia 20 de Fevereiro de 2010 por volta das 08 horas, no Oceano Atlântico, forma-se e arrasta-se uma monstruosa nuvem que acaba por embater contra os pontos mais altos da Ilha da Madeira acabando por se romper e derramar biliões de litros de água que acabaria por arrastar tudo o que encontrava. Terra, pedras, árvores, casas, pessoas, animais, automóveis, nada escapava aquela fúria do tempo. Nunca em toda a minha vida senti tanto arrepio como aconteceu ao ver, poucas horas depois, as imagens que invadiam o youtube. Vejam este sait: http://www.berdades.blogspot.com/
O Curral das Freiras esteve isolado mais de 24 horas, na sequência do temporal. Só dia a seguir foi possível restabelecer telefonemas, electricidade, bem como o acesso na única estrada para o local. Este lugar, com cerca de 4 mil habitantes, fica localizado no fundo de uma cratera vulcânica, rodeada com montanhas íngremes.
É a natureza! Encontro-me solidário com os madeirenses, povo este que estimo muito, em especial o seu presidente, Alberto João, por quem tenho uma grande ademiração. Agora há que por mãos á obra e, de cabeça erguida, reconstruir e apoiar os necessitados. A minha solidariedade e os sentimentos a quem perdeu familiares, coragem amigos!

2010/02/22

Madre Teresa de Calcutá e Dª Guilhermina do Curraldarva

Penso que todos os habitantes, com mais de 50 anos, de Laborins e não só, se devem lembrar de uma senhora chamada Guilhermina e que morava em Curraldarva-Laborins. Para mim, ainda hoje, quando passo junto da sua casinha, e que fora mandada reconstruir pelo seu filho Amândio que bem conhecia nos anos 50, relembra-me daquela senhora, que no meu entender ela foi, para os Laborinenses, uma «Madre Teresa de Calcutá». Recordo-me muito bem que era ela quem nos dava as injecções e nos administrava toda a medicação. Também, quando havia alguém em casa doente e se deslocava a essa casa o Dr. Pimentel, já ela lá estava junto do paciente a prestar-lhe auxílio. Socorria toda a gente nos arredores de Laborins de uma forma gratuita, e com amor ao próximo. Tenho um grande apreço e estima pela Dona Guilhermina que infelizmente, já á uns anos, não se encontra entre nós. Mas, tal como dizia, quando passo em frente aquela que era a sua casa recordo-me do tanto bem que nos fazia, o quanto foi prestável aquela população, por isso, na minha opinião, os responsáveis pela junta de freguesia de São Pedro de Alva, deveriam ter tido o cuidado de, já não digo erguer-lhe uma estátua, mas terem dado o nome aquela rua “Rua Guilhermina do Curraldarva”. Acho que o povo presente, e o vindouro, não deve esquecer essa que era a Madre Guilhermina dos Laborinenses. E se pensarmos bem, se o Presidente da Republica, Dr. José de Almeida, mereceu uma estátua em São Pedro de Alva, ela, que fez muito pela população, merecia muito mais.
Peço por isso aos meus compatriotas que reconheçam isto e com a carolice que sempre existiu nos Laborinenses se dignem em, já não digo erguer uma estátua, mas colocar uma placa com o nome dela naquela rua, seria um acto louvável.

2010/02/19

Gorilas de Virunga


Dos meus 9 aos 22 anos, os amigos que comigo viviam era-mos como unha e dedo. Era, também, com eles que sentia e ouvia o cheiro e o som de centenárias árvores que o vento lhes fazia deslocar a ramagem e que ao mesmo tempo se misturava com os gritos e cantares de centenas de espécies de animais e pássaros, onde não faltavam macacos de várias espécies. Foram eles os culpados pela paixão que sinto por África, nomeadamente do local onde vivi. O amor que sinto por aquele local é tão grande que ao ler na “NATIONAL GEOGRAPHIC” de Julho de 2008 o artigo “Quem matou os Gorilas de Virunga?” o meu coração batia e os meus olhos deixavam escapar lágrimas ao sentir aquele local idêntico ao de onde vivi. É revoltante, as atrocidades que têm sido praticadas por toda a África! Os animais e toda a fauna não têm culpa da estupidez do homem!

PORTUGAL E PORTUGUESES...PERDA DE IDENTIDADE


Ás vezes dou em mim a penssar em coisas que me deixam muito, mas mesmo muito triste. Tenho muita pena que de uma forma tão rápida, as politicas, surgidas de uma revolução, do 25 de Abril de 1974, tenham contribuído para a nossa pérca de identidade. Afinal, quem somos hoje? Onde está o Portugal, os portugueses e a lingua portuguesa de D. Afonço Henrriques, Luis de Camões e Vasco da Gama? Onde está o Portugal dos herois do mar? Do nobre povo e valente? É muito triste!...Alguns dizem que, no tempo da ditadura de Salazar, havia muita pobreza. Eu vivi 22 anos nesse regime, pertenci á classe dos mais pobres desse tempo, mas o que eu comia era rico, eram alimentos naturais e que pertenciam á gastronomia tradicional Portuguesa e Angolana. Hoje, existem duas classes de pobreza, mas grande pobreza. A pobreza dos que não tem que comer, o pouco que comem é miserável, são alimentos artificiais, conhecidos por “comida plástica”. Outros; comem, vesten-se, pagam casa, carro, água e luz, tudo com empréstimos bancários, depois não podem pagar o empréstimo entram em depressão. Estas são as duas tristes pobrezas que nunca existiram antes do 25 de Abril de 74. Ainda há quem diga mal d’aquele tempo, tempo este que para mim me deixa bastante saudade.
A lingua portuguesa cada vez está mais pobre. Fico estupefacto quando ouço os jóvens, com menos de 30 anos, a falarem uns p’rós outros. A lingua de Camões está a desaparecer. A nossa identidade vai desaparecendo a passos largos. Fizeram desaparecer a nossa moéda que tanta saudade me deixa. E o Ino Nacional, que é o Ino mais lindo do mundo! A maior parte dos jóvens nem sequer o sabem cantar. É triste! Muito triste! Vejam, os espanhóis, a grande velocidade vão tomando conta de portugal. Até já me sinto envergonhado! A reputação, que tinhamos no mundo, já não existe, nem a nossa identidade! Para alem de fazerem desaparecer a lingua e a gastronomia, até a música e a dança desaparecem com a introdução do Rock, Kizomba, Hi-pop, Capoeira, Metálica e outros mais. É assim, a cultura e os hábitos portugueses a desaparecerem.
Já não faltam muitos anos, para que, o meu portugal, plantado á beira mar, conquistado por D. Afonsso Henriques, desapareça e passe a ser uma provincia Espanhóla. É triste! já vi a moéda desaparecer, de seguida vai a bandeira, o Ino Nacional e o orgulho de se ser português, filhos dos heróis do mar, povo valente e imortal. E chamam a tudo isto de, “Globalização”. Ráios partam tal Globalização.

2010/02/18

A tribo Dongria, da Índia, sente-se ameaçada



Tal como o povo azul Na'vi, do filme, a tribo Dongria, da Índia, sente-se ameaçada.

O apelo foi publicado na edição do dia 16 de Fevereiro de 2010 da revista Variety: a organização de defesa dos direitos dos povos indígenas Survival Internacional pediu ao realizador de Avatar, James Cameron, para ajudar a tribo Dongria Kondh, de Orissa, na Índia, cuja história é extremamente parecida à do povo Navi do filme. "Avatar é fantasia... e realidade", lê-se no anúncio. "A Tribo Dongria Kondh está a lutar para defender as suas terras de uma empresa de minério determinada a destruir a sua montanha sagrada. Por favor, ajude os Dongria."
A organização remete, depois, para o seu site (www.survivalinternational.org) onde está disponível o filme Mina: história de uma montanha sagrada. "Nós vimos o seu filme, veja agora o nosso", dizem a James Cameron. O filme, com onze minutos, conta a história dos Dongria e de como o local onde eles moram se encontra ameaçada por uma empresa inglesa, a Vedanta Resources. Os habitantes das colinas de Niyamgiri estão determinados a defender o seu território: "Só saio daqui quando morrer", diz para a câmara uma mulher. A refinaria já se instalou na base da montanha, obrigando parte da população a mudar os seus hábitos de vida e destruindo os recursos naturais. Agora que já sabem o que os espera, os Dongria garantem que não vão deixar a empresa estragar o que ainda resta do seu habitat. O director da Survival, Stephen Corry, explica num comunicado, que assim que viu Avatar detectou as semelhanças entre os Dongria e o povo "azul" Na'vi, do blockbuster de James Cameron. "Assim como os Na'vi descrevem a floresta Pandora como 'seu tudo', para os Dongria Kondh a vida e a terra sempre estiveram profundamente ligadas."
Até ao momento, não é conhecida qualquer reacção do realizador James Cameron a este apelo. Este fim-de-semana, o filme Avatar foi destronado do topo da bilheteira dos Estados Unidos, após oito semanas de liderança, pelo recém-estreado Dear John, de Lasse Hallstrom. Avatar já arrecadou mais de 2,3 mil milhões de euros nas bilheteiras e foi visto, só nos Estados Unidos, por 601 milhões de pessoas. Avatar, mexeu muito comigo visto que o protagonista deslocava-se em cadeira de rodas e esteve a executar um papel que eu já havia imaginado, para defender todos os povos que desejam viver no habitat natural.

Tampinhas para cadeira de rodas


Fui abordado, varias vezes, por várias pessoas que me diziam: -Ando a recolher tampinhas, de garrafas plásticas, para a compra de uma cadeira de rodas igual á tua (eléctrica) para fulano de Figueiró do Campo. A minha resposta foi sempre a mesma, dizia: -Não, não é igual à minha, será uma cadeira de rodas sim, mas é manual, e ninguém sabe para quem será! Pois são vários os candidatos a elas, e para além disso será uma grande valia para a ERSUC (Empresa de resíduos sólidos Urbanos do Centro) uma vez que não terá de pagar a operários para extremar, do lixo, as toneladas de tampinhas para reciclagem. Eles insistiam em dizer que eu estava errado e que, as que recolhiam, eram mesmo para a compra da cadeira de rodas eléctrica, para a pessoa que alegavam conhecer, e eu acabava por me calar.
Finalmente a verdade veio ao de cima. No dia 16 de Dezembro de 2006, foi entregue junto ao Urso do Parque Verde do Mondego, em Coimbra, 5 cadeiras de rodas manuais, a cinco das dezenas de candidatos às mesmas. Alguns dos Sourenses, que contribuíram na recolha das tampinhas, depois verem esta notícia, destacada num jornal, disseram-me que estavam desiludidos.
Na minha opinião há dois factores que não posso deixar passar em vão e tenho de contestar.
Primeiro: se nunca tive uma cadeira manual é pelo facto de não a poder manobrar sem a ajuda de alguém. A Segurança Social sempre se disponibilizou para me entregar uma. Não acredito que em Portugal um deficiente motor que necessite de uma cadeira de rodas manual e que não tenha recursos económicos para a comprar, sejam necessárias tampinhas para receber uma. Não é, de maneira alguma, de louvar estas empresas que, através de uma campanha, conseguem recolher toneladas desta matéria, para daí terem dividendos.
Segundo: não concordo com a entrega da cadeira, a uma certa candidata, do nosso concelho. Não é que eu lhe queira mal, não, pelo contrário, tenho bastante admiração por ela e desejo-lhe as maiores felicidades. Conheço-a, ela tem uma cadeira manual amarela, que ainda lhe daria para mais algum tempo, e tem uma eléctrica com a qual se desloca para o Centro Social de Alfarelos e para outros locais onde seja possível ir sozinha. Beneficiaria assim um outro que não tem nenhuma.
Também não tenho conhecimento de que a Segurança Social, tal como já disse, rejeite entregar cadeiras de rodas manuais a quem necessita. Para mim, a campanha “Tampinhas a Valer” é mais uma farsa a juntar a tantas que existem. Se as entidades competentes lançassem um SLOGAN: “Garrafas a Valer” isso sim, recolhia-se toda a garrafa e evitava-se assim que deitassem fora, as garrafas em qualquer lugar, como cheguei a ver fazerem junto do rio Arunca e Anços e, ainda, outras a saírem disparadas pelas janelas dos automóveis em movimento e em qualquer lugar.
Deixo aqui um apelo às empresas de reciclagem e de outros géneros, e até mesmo às instituições: Não abusem e não brinquem com os sentimentos das pessoas, inventando farsas como esta para o vosso próprio proveito…

2010/02/17

Onde estão os Patriotas

Bang… bateu no fundo!!! Neste Portugal democrático, onde a democracia está falida, falida porque os patriotas (Zé povinho), já não acreditam nos políticos e, depois de tanta bagunça ainda vem, agora, segundo se consta, o governo a querer impedir os media a não transmitirem o que sabem. É lamentável! Quiseram, nota; eu disse “Quiseram”! Porque eu não quis! Acabar com o fascismo. Será que ainda ninguém se apercebeu que isto está pior que nesse tempo? Será que ainda ninguém sentiu a falta de António Oliveira Salazar? Mas o que é isso de Fascismo ou Democracia..? Eu, agora estou baralhado! Já não sei o que é uma coisa nem outra! Vivi 22 anos no fascismo e, 36 anos depois, chegou o momento de sentir saudades desse tempo! Onde estão os que combatiam a censura? Onde estão os patriotas? Peço-vos que parem um pouco e pensem quando tiverem que falar, de forma negativa, de Alberto João Jardim, pois dentro da política democrática é um dos poucos a quem se pode chamar de patriota. Dos que se encontram a exercer serviço ao povo dentro da política é um homem honesto e luta pelos direitos do povo que o elegeu e cumpre com os direitos democráticos. Assim tivéssemos nós um primeiro-ministro! Quando ele exige mais do orçamento de estado, não é para ele, é para o seu povo que, afinal, são portugueses!
Quem não foi á Ilha da Madeira, ou está mal informado, seria melhor não abrirem a boca para dizerem disparates. Ele ataca constantemente e com mau humor! Ele tem razão em ser assim, pois os politiqueiros tem feito de tudo para tentarem denegrir a sua imagem… porque razão? Onde estão os processos contra algo de errado que ele tenha feito? Não, não vão dizer-me agora que ele também está metido no Freeportt ou no “Face Oculta”? Vão, vão dizer-me isso?
Para acabar com a corrupção, eu, só acredito que seria possível com dois. Um já não pode porque já não está no mundo dos vivos, António Oliveira Salazar, o maior patriota de todos os tempos. O outro, sem sombra de dúvida, o grande Alberto João, é assim que é conhecido na ilha.

A religião… e a divisão dos homens

Das centenas, talvez mesmo milhares de livro que li sobre história, geografia universal, física e outros, ouve três livros de história que ficaram registados no disco rígido do meu cérebro. São eles, a Bíblia, o Corão e o Tora. A Bíblia é o livro, pelo qual religiosamente, se regem os que acreditam que Cristo era o filho de Deus e que já há muito tinha sido prometido aos profetas a sua vinda. O Corão é o livro que religiosamente serve para guiar os Muçulmanos, que acreditam que o maior dos profetas foi o Maomé e que a cima dele não existiu mais ninguém. O Tora é o livro que serve como guia na religião dos Judeus, que continuam á espera do prometido filho de Deus. Estes livros têm histórias lindas e apaixonantes, embora para mim, parte do conteúdo delas seja ficção. Mas, Ficção ou não, todos estes livros falam da existência de um Deus, e todos falam nos profetas Abraão, Noé, Jacob (Israel), Isaías, Moisés e tantos outros mais.
Todos estes, três livros, falam de que, um dia, Ele (Deus), iria enviar o seu filho á terra para nos ensinar os bons caminhos e o propósito do pai, nosso criador. São cerca de 60 escritores que escreveram as histórias daqueles povos do Médio Oriente, de á dezenas de milhares de anos antes Cristo e de Maomé. Mais tarde essas histórias, foram colocadas nesses livros que falei.
Na bíblia existe uma parte que não se encontra no Corão nem no Tora, é o Novo Testamento, porque, este, foi escrito pelos que acreditaram que Jesus Cristo é o tal filho de Deus que um dia havia sido prometido aos profetas. Porem, os Muçulmanos tal como os Judeus, não acreditaram, dizendo que Cristo era mais um profeta como outros que haviam existido e por não acreditarem mataram-no. Seiscentos anos depois, os Muçulmanos elegem Maomé como sendo ele, o tal, filho de Deus. Os Judeus, ainda continuam á espera da vinda desse filho de Deus.
Fui criado numa família de formação católica. Tanto, enquanto andei na catequese, como os meus pais e padres diziam de que Jesus era o próprio Deus. Deus, pelo poder do espírito santo, encarnou no ventre de Maria e se fez homem.
Na semana, antes da Páscoa, li num jornal, uma crónica de um pároco, onde dizia; Jesus era o próprio Deus.
Tal como já referi, numa outra crónica minha, acredito profundamente na existência de Deus e o meu Ídolo, a quem tento seguir algumas coisas que ensinou, é Jesus Cristo. Mas não aceito qualquer ensinamento por parte de seitas religiosas. A católica, diz coisas e contradiz. Diz que Cristo era o próprio Deus. Numa oração dizem: “Santa Maria mãe de Deus…” mas depois também diz: “Subiu ao céu onde está sentado á direita do pai…”. Também Jesus disse que, ninguém deveria orar outras orações senão a que ele ensinara, o “Pai-nosso que estais no céu…”. Também ele concordou com as leis feitas por Moisés, a lei Mosaica (10 mandamentos). Mas os 10 mandamentos eu não necessito de ser religioso para os cumprir, basta me ter mentalizado que, o que não quero para mim não quero para os outro. Saber estar e repeitar para ser respeitado. A religião a mim não me ensina nada do que eu não possa ter.
Não sou ateu, mas não aceito religiões, porque todos os homens são filhos de Deus, e Deus, é só um. Em quem é que vou acreditar? Nos que ensinam a Bíblia e que dizem que o filho de Deus já veio, e que era Jesus Cristo? Nos que ensinam o Corão e que ensinam o que dizia Maomé? Ou nos Judeus, que dizem que, tanto Jesus como Maomé eram profetas como tantos outros que existiram no Médio Oriente e que continuam á espera do filho de Deus? Ás tantas, estes últimos, até tem razão, porque, se alguns alegam, que por haver tantas guerras no Médio Oriente, Deus mandara o seu filho para que os homens temessem e acabassem com elas, isso não aconteceu, cada vez existe mais e mais guerras por toda a terra.
O homem deixou de amar para se entregar, somente, ao prazer carnal, á ganância e egoísmo. Cada vez mais, as religiões, dividem os homens, levando-os mesmo, ao ponto de perderem os valores morais e colocando no lugar do amor o ódio.
Jesus, tal como eu, foi um homem que surgiu na terra e os seus pais eram José e Maria, a sua pátria era a Galileia e a terra de origem era Nazaré. Era, e isso sim, sobredotado de grandes valores morais.
Já interpelei vários religiosos, inclusive, padres e teólogos, a respeito do que está escrito na bíblia, Corão e Tora, mas como não encontraram argumentos responderam-me: “A fé é que nos Salva”. Para concluir: É muito triste, e a mim revolta-me, que em todas as raças e por toda a terra, acima de todas as coisas, a religião fanatiza, serviu e continua a servir, mais que nada, para dividir os homens.

2010/02/16

Algumas comparações entre a época de 1975 a 2008


Quando cai o regime, de governação, em 25 de Abril em 1975. os ordenados mínimos eram de 3.800$00, o que equivale em euros, aproximadamente 20,00€. Mas esse ordenado mínimo comprava 3.000 cafés (Bica), 8.000 pães, 850 litros de gasolina, um carro “Toyota Corola” custava 120.000$00, eram precisos 30 ordenados para o pagar. Uma motorizada “Casal” ou “Saches” custava 16.000$00, eram precisos 4 meses de ordenado para a pagar. Hoje o ordenado mínimo é de 460,00€ o que pagará 700 cafés, 3.500 pães, 280 litros de gasolina, um Toyota, equivalente ao Corola, custa cerca de 18.000,00€ são precisos 43 ordenados para o pagar. Uma motorizada equivalente ás que nomeei em cima, custa 3.000,00€ são precisos 7 meses de ordenado.
Ainda me lembra, há cerca de 25 anos atrás, quem tivesse dinheiro para o colocar no banco, a prazo, recebia cerca de 10 % ao ano e os bancos emprestavam-no a 17%. Hoje, pagam, no máximo, 4% e emprestam-no entre 12 a 20%. É lamentável! Já não bastava o desemprego que dispara de dia para dia, e empresas a fecharem, ainda tinha de estes governos lembrarem-se em obrigar as pessoas a apertarem o cinto! Impostos a trás de impostos, os preços dos bens essenciais sobem até aos 20% mas os ordenados e pensões só têm direito a 2.1%. Os filhos para estudarem tem de se pagar! Se se fica doente tem de se pagar ou morre-se! È lamentável! Se no passado, no tempo da “outra senhora” a vida não era fácil, hoje está-se bem pior! A pobreza aumentou e os glutões, papões ou ladrões disparam de dia a dia no aumento das suas riquezas! Não vale a pena protestar! Ninguém nos dá ouvidos! Quem è que ganhou com a democracia???

“FASCISMO DA NOVA ERA”

O Ministro dos assuntos Parlamentares, (Augusto Santos Silva), disse em Chaves que: “Eles calam-se primeiro do que eu!”. E continuou dizendo: “Estes não lutaram pelo 25 de Abril, o 25 de Abril deve-se a Mário Soares, Almeida Santos, Salgueiro Maia (…). Por amor de Deus, Senhor Ministro! O Senhor deve ter levado uma lavagem de cérebro de tal maneira que a sua mente ficou contaminada de assédio político por estes senhores de quem o senhor falou, que a revolução do 25 de Abril se deve a estes senhores! A revolução de Abril foi feita com armas em punho e o único que lá esteve, dos que nomeou, foi Salgueiro Maia. O senhor Mário Soares nem sequer estava em Portugal e é um dos que se aproveitou da queda do governo de Marcelo Caetano, para estender os seus tentáculos e colocar todo o descontentamento que hoje prolifera nas populações. As políticas implantadas neste país, principalmente pelos Socialistas, são desastrosas! Para termos o que temos, hoje em dia, no nosso país seria melhor continuarmos debaixo da política do grande estadista Salazar.
No caso, do que o senhor teve a ousadia de dizer, que: “Eles calam-se primeiro do que eu”. Não é de estranhar para mim! Sócrates já tinha mostrado aos portugueses, quando fora Ministro do Ambiente no governo Guterres, que era um homem que diz “eu posso, mando, faço e não dou ouvidos a ninguém” só eu não sabia que ele estava tão bem informado sobre a forma de ser dos restantes Socialistas para conseguir formar equipa, todos eles, com o mesmo “tique”. Parabéns! Todos têm a mesma forma de pensar, “O povo não é quem mais ordena”. Isto sim, isto é que é fascismo.
Com respeito á Senhora Ministra de Educação pergunto: -Quem é que vai avaliar quem? Esta ideia de haver alguém capaz de avaliar os professores é descabida. Porque, penso eu que sou um leigo na matéria, de que, um professor se o é, é porque estudou e teve valores que lhe deu o respectivo diploma! Ou será que existem, em Portugal, professores sem Diplomas? Se assim for, á que os avaliar. Em vez desta ideia descabida, de avaliação de professores, deveria sim era criar uma politica escolar em que consistiria em dar poderes aos professores para agirem sobre os alunos que são mal comportados e destabilizam as aulas. Mas, também tenho que fazer uma outra pergunta: -“Quem é que vai avaliar a senhora Ministra e os restantes?”.
Para terminar, tal como já afirmei num outro artigo meu, sou contra as greves e protestos ao governo. Porque quando se escolhe um governo é para ele governar até fim do mandato a que tem direito. Mas, também tenho que reconhecer que, não podem colocar na minha boca um alimento, á força, quando ele me sabe mal e não o consigo engolir! A classe educativa tem razão Senhora Ministra. Abandone este poder politico que é o “Fascismo da Nova Era”.

Quero voltar a ser feliz (Reflexões)



'Reflexoes' é um texto da escritora brasileira Sara Maria Binatti dos Anjos (Porto Alegre/RS).
Fui criado numa época em que existiam princípios morais comuns.
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões. Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas, dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos, e/ou mais velhos, mais afecto. Inimaginável responder deseducadamente á policia, mestres, ou mais idosos, autoridades. Confiávamos nos adultos porque todos eram pais e mães de todas as crianças da rua, do bairro, da cidade. Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, do homem do saco.
Hoje deu-me uma tristeza infinita por tudo que perdemos. Por tudo que os filhos de hoje um dia temerão. Pelo medo no olhar de crianças, jovens, velhos e adultos.
Matar os pais, os avós, violentar crianças, sequestrar, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade de notícias policiais, esquecidas após o primeiro intervalo comercial na TV.
Agentes de trânsito multando infractores são exploradores de indústrias de multas. Policiais em Bairros são abuso de autoridade.
Regalias em prisões são matéria votada em reuniões.
Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos.
Não levar vantagem é ser Otário.
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anestesia para caloteiros de plantão.
Ladrões de fato e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos e da “alta sociedade”.
O que aconteceu connosco?
Professores espancados em salas de aulas, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Crianças morrendo de fome!
Que valores são esses?
Carros que valem mais que abraço, filhos querendo-os como brindes por passar de ano.
Telemóveis nas mochilas dos recém saídos das fraldas. T V, DVD, Vídeo-Games…
O que vais querer em troca desse abraço, meu filho?
Que lares são esses?
Jovens ausentes, pais ausentes. Droga presente. E o presente?
Uma droga!
O que é aquilo?
Uma arvore, uma galinha, uma estrela, ou uma flor?
Quando foi que tudo sumiu ou virou ridículo?
Quando foi que me fechei?
Quero de volta a minha dignidade, a minha paz. Quero de volta a lei e a ordem.
Quero liberdade com segurança!
Quero tirar as grades da minha janela para tocar as flores!
Quero sentar-me na calçada e ter a porta aberta nas noites de verão!
Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a vergonha, a solidariedade. Quero a rectidão de carácter, a cara limpa e olho no olho. Quero a esperança, a alegria. Teto para todos, comida na mesa, saúde a mil. Quero calar a boca de quem diz: “a nível de”, enquanto pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER”! E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de Abril, leve como a brisa da manhã! E definitivamente comum, como eu. Adoro o meu mundo simples e comum. Vamos voltar a ser “gente”? Discordar do absurdo. Ter o amor, a solidariedade, a fraternidade como base. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito…
Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitam as pessoas. Utopia? Não…
…hem? Quem Sabe?..
…se você e eu fizermos nossa parte e contaminarmos mais pessoas, pessoas contaminarem mais pessoas…

2010/02/14

DEMOCRACIA… ONDE ESTÁS?

Há 35 anos que se comemora o dia 25 de Abril. Poucos anos se passaram, mas para alguns, nem sabem os porquês. É um feriado igual a tantos outros que se faz recordar através de algumas músicas de Zeca Afonso e outros músicos que contestavam e denunciavam cantando e lutando, a seu modo, pela democracia.
Como tantos outros, este acontecimento é recordado num só dia do ano. Não admira portanto, que a juventude ignore o 25 de Abril para o seu país, o fim da ditadura e o início da democracia. E que devem esse facto, ao inconformismo de alguns e a morte de tantos que provocou a dor e a revolta de um povo pacifico. Será que os jovens portugueses conhecem o significado de ditadura, ou democracia?... Tenho dúvidas…
Alguém questiona se nós vivemos realmente numa democracia, pelo menos o povo votou nos governantes que nos “desgovernam”. Mas quando ouvimos certos ministros e ministras, duvidamos que se chame democracia ao actual sistema político. A Ministra de Educação tem tentado impor um sistema de avaliação dos professores, transportado do Chile país pouco desenvolvido da América do Sul. Impõe igualmente um “Novo Estatuto do Aluno” transportado da Finlândia país Nórdico desenvolvido. Ambos os países com realidades bem distintas da nossa. Do Chile, nada sei, mas da Finlândia chega-nos imagens de salas de aula com poucos alunos, cada um deles com um computador para trabalhar e escolas apetrechadas com todos os meios necessário. Porem, a nossa realidade é bem diferente: escolas com pouquíssimos meios e em avançado estado de degradação. Há falta de computadores, há falta de funcionários, a falta de meios de segurança, etc. etc. Não há condições. Concordo totalmente com o professor Marcelo Rebelo de Sousa quando afirmou num programa da RTP 1 que «o Ministério de Educação constituiu os professores como bodes-expiatórios de tudo o que está mal nas escolas e que os professores são desautorizados, e humilhados com o novo sistema de avaliação. Que o “Novo Estatuto do Aluno” é um convite ao lascismo. Esta é uma forma de um professor se poder vir a sentir cobaia na jaula do laboratório».
Um amigo meu, professor, numa conversa de café, contou-me que os alunos lhes mandam piadas como: “Ó professor, veja lá que eu também vou avaliá-lo…” e “A ministra disse que chumbar um aluno fica muito caro ao país”. É humilhante! Eu não queria estar na pele de um professor hoje em dia!
A marcha e manifestação efectuada pelos 90 mil professores de todo o país foi ignorada pelo ministério de Educação. Somente os sindicatos obtiveram algumas vantagens. É democracia desprezar a manifestação de tantos?..

E com tudo isto, vem agora o governo a querer controlar os media querendo implantar a senssura. Foi para isto que se fez a revolução? Eu preferia o governo do saudoso Salazar.

2010/02/13

A FUGA

No dia 5 de Fevereiro de 1975 o meu pai e irmãs deslocaram-se até à cidade da Gabéla e só eu e a minha mãe nos encontrávamos na fazenda.
Por volta das 20 horas, ainda tínhamos a loja comercial aberta com alguns clientes. Entraram cinco homens envergando a farda de tropa com os dísticos do MPLA e, de arma em punho e os cinturões cheios de balas e algumas granadas penduradas, aproximaram-se do balcão e perguntaram à minha mãe se tínhamos armas. Ela respondeu que tínhamos uma caçadeira. Eles pediram-lhe que a fosse buscar e lha entregasse. Pedido ao qual ela acedeu.
Beberam um copo e perguntaram quanto era. A minha mãe respondeu que era oferta da casa. Deram-nos as “boas noites” e seguiram. Nós transpirávamos de medo.
Passados mais ou menos dois meses, voltaram a passar por lá e entregaram-nos a arma. Nunca soubemos o que os levou a terem aquela atitude. Na penúltima semana de Junho de 1975 os habitantes lá da Sanzala (Aldeia), aqueles que tinham patrões, não foram trabalhar e passaram uns dias fora da Sanzala, presumo que dentro da selva. Uns dias antes, naquela Sanzala apareciam Jipes com homens fardados e armados das 3 fracções combatentes (UNITA, MPLA e FNLA). Dali em diante, eu continuava a conviver com os meus amigos mas, notava que os pais deles nos olhavam com uma certa diferença. Os dias foram passando e no dia 20 de Julho de 1975, na cidade da Gabela os partidos entram em confrontos e a população organizou uma caravana, com cerca de 400 veículos, acompanhados por militares portugueses e da UNITA, que com veículos e aviação fizeram escolta até a cidade de Nova Lisboa (actualmente designada de Huambo).
Nós vivíamos no mato a cinquenta quilómetros da cidade.
No dia 19, pelas 23 horas, Jorge Loureiro Morais, que namorava com a minha irmã Manuela, acompanhado de um colega, encheram-se de coragem e atravessaram o deserto, por estradas de terra batida e foram resgatar-nos com uma carrinha de marca Peugeot, de cinco lugares. Metemos à pressa uma mala com algumas roupas no porta - bagagens e fugimos para uma fazenda da CAOP, que ficava a uns oito quilómetros. Ali se juntaram outros.
Os meus pais, ao aperceberem-se que o caso era mais grave ainda tentaram voltar a casa com o intuito de trazerem mais algumas coisas, inclusive a caçadeira e a minha colecção de discos de vinil, mas ao chegarem perto de casa depararam-se com um bando de pessoas que não os deixaram aproximar, e de dentro do grupo saiu um homem que era bastante nosso amigo e, que infelizmente, também tinha um filho deficiente. Dirigiu-se à minha mãe e segredou-lhe: -Minha senhora vá embora agora que eles estão dispostos a matar se avançarem.
Os meus pais não tiveram outra hipótese senão regressar.
No dia seguinte partimos, por estrada de terra batida em desertos de savanas, com poucos arbustos, onde o perigo de encontrar o inimigo atacante era iminente. Percorridos uns dez quilómetros, a estrada passava no meio de uma sanzala (aldeia de negros e onde viviam também alguns brancos, no Pombuige). Quando íamos a chegar vimos um grande grupo de homens, vestidos só com calções, na cabeça uma fita com as Siglas do MPLA, catanas, flechas e algumas espingardas. O chefe deles fez-nos parar, mas ao dirigir-se a nós reconheceu o meu cunhado Henrique, conheciam-se das caçadas. Cumprimentaram-se, com um aperto de mão e com um abraço. Dirigiu-se à multidão e disse-lhes para nos deixarem passar, que éramos conhecidos e amigos. Seguimos e passados uns setenta quilómetros, chegámos à estrada asfaltada que ligava Luanda a Nova Lisboa. Nesse lugar, chamado “Muquitixe”, no meio do deserto angolano, havia um restaurante e umas bombas de combustível onde os camionistas paravam normalmente. Ficava a uma distância de trezentos quilómetros da capital e a uns quinhentos de Nova Lisboa. Estacionámos ali os sete veículos e fomos perguntar aos donos se haveria hipótese de nos arranjarem algo para comer, uma vez que já passava das 23 horas.
Eles disseram que só nos poderiam arranjar bifes de vaca com batatas fritas. Acabámos de jantar, saímos e pensámos em pernoitar ali no parque, dentro dos automóveis. Passado meia hora, quando já quase todos pegavam no sono, fomos surpreendidos por um Jeep Land Rover que transportava 23 homens fardados e armados com armas de guerra. Saltaram do Jeep, dispararam umas rajadas de HK 45 e cercaram-nos os carros. Eu notei logo na farda e pelo crachá que estava na boina e na porta divisas, que eram militares da UNITA, saudei-os com um: -Boa noite irmão. Ele cumprimentou-me e perguntou-me se éramos irmãos.
Eu respondi-lhe que era irmão e, levantando o tapete do automóvel tirei o meu cartão de militante da UNITA. Ele virou-se para o resto dos companheiros e disse: -Tenham calma que estes são nossos apoiantes, este senhor é nosso militante.
Então, depois de conversarem connosco, aconselharam-nos a não pernoitar ali visto que nessa tarde tinha havido, ali, confrontos entre a UNITA e o MPLA. Nos arredores estavam muitos mortos e havia alguns escondidos com sede de matar. Também nos aconselharam a seguir para Nova Lisboa porque para o lado de Luanda poderíamos correr perigo. Ainda nesse lugar, enquanto conversávamos e trocávamos impressões com esses militares, que considerávamos nossos protectores, apareceu, vindo do escuro não se sabe de onde, um jovem, negro, que aparentava ter entre 25 e 30 anos, não me apercebi se estava embriagado ou se era algum dos que esteve envolvido nos tais confrontos que decorreram naquela zona. Dirigindo-se a um dos militares cumprimentou-o, estendeu-lhe a mão e disse:
-Boa noite camaradas – O militar, da UNITA, ao ouvir a palavra camarada, agarrou-lhe nos colarinhos, arrastou-o até junto do Jeep e de seguida espetou-lhe um pontapé nos testículos e disse: –Volta lá a dizer isso!
O Jovem repetiu, “camarada” e o militar levantou-o, encostou-o ao Jeep, espetou-lhe a baioneta na barriga e logo de seguida deu-lhe um tiro.
Era assim, os da UNITA não admitiam a palavra, “camarada”, pois ela era sinónimo de comunismo, União Soviética e Cuba de Fidél de Castro.
Voltámos para trás, uns sete quilómetros e fomos pedir aos donos de uma fazenda que nos arranjassem ali um sítio para dormir.
No dia seguinte partimos, e ao despedir-nos dos donos da fazenda, eles com as lágrimas nos olhos disseram-nos: - Hoje são vocês, amanhã seremos nós! - Abraçámo-nos e seguimos rumo à vila da Quibala para lá esperarmos pela caravana que vinha da Gabéla.
Ao chegarmos à Quibala, ficámos aterrorizados com o que encontramos. Logo à entrada, vimos as casas dos negros todas queimadas, algumas ainda a deitar fumo. Havia, cães, porcos e pessoas mortas junto ao que restava dessas casas. Entrámos na pequena vila. As bombas de gasolina tinham desaparecido. No chão havia um grande buraco provocado por morteiros 81, lojas e casas rebentadas por morteiros e balas. Já não havia nada a funcionar e a população desaparecera. Ainda tentámos comprar pão mas nada havia. A minha mãe, irmãs e outras senhoras que nos acompanhavam, tentaram ir atrás dum armazém, fazer as necessidades fisiológicas, mas fugiram para junto de nós apavoradas com o que tinham encontrado: centenas de mortos, de raça negra, ali estavam amontoadas uns por cima de outros, uns à civil, outros envergando fardas de militares dos três partidos.
Ficámos ali, até as 16 horas, quando apareceram aviões, que faziam raids por cima da caravana de quatrocentos veículos. À frente traziam uma Berlie com cerca de quarenta militares da UNITA de arma em punho viradas para as bermas da estrada e a bandeira do galo negro ao alto. A meio dessa caravana outra Berlie com tropa de raça branca e do governo de Portugal, (eu prefiro dizer assim do que dizer tropa portuguesa, porque nessa altura tanto os militares dos três partidos como a população em geral, tinham o Bilhete de Identidade português), no fim da caravana vinha uma outra Berlie, ou Hunimog, já não me recorda a marca, com outros tantos militares do Galo Negro. Aproximámo-nos, da caravana, encaixando-nos e lá seguimos. Logo nos primeiros sete quilómetros, a caravana parou e os jactos (MIG) da força aérea, faziam raids por cima de toda a coluna. Durou, mais ou menos, meia hora, ao fim da qual começámos, novamente em movimento e depois de percorrermos dois quilómetros, deparámo-nos com dezenas de corpos mortos a escorrer sangue, na berma da estrada, alguns ainda com armas de lado ou nas mãos e vestidos com fardas do MPLA. O Jorge, meu futuro cunhado, que conduzia a carrinha, desatou a chorar, perdendo a capacidade de continuar a conduzir, entregando o carro ao colega. Lamentando disse: -Andei na tropa e nunca vi nada disto.
Já por essas 22 horas, noite dentro, isolados dos restantes automóveis, na noite escura, fomos mandados parar na entrada da ponte do Alto-Huama. Logo se acercaram de nós meia dúzia de homens armados com armas russas “Calaachenicóves”, envergando a farda do MPLA. Revistaram-nos o carro, conversaram uns com os outros, enquanto eu tremia e sentia a garganta seca com o medo que levantassem o tapete do meu lado, onde eu guardava o meu cartão de militante da UNITA. Se isso acontecesse seria a nossa morte!
Apontaram-nos as armas mas decidiram dar-nos ordem para seguir.
Depois de quatrocentos quilómetros com o coração a bater a 150 pulsações, finalmente chegámos a Nova Lisboa (Huambo).

2010/02/12

A MINHA LUTA

Nasci uma criança normal como tantas outras, mas, infelizmente aos 22 meses contraí poliomielite e nunca mais andei. Fui para Angola ainda criança, cresci, passei pela adolescência e me tornei homem. Porem, pelo facto de ser diferente, fui negligenciado pelos meus familiares mais directos e como tal não tive direito aos estudos e até mesmo a tentarem encontrar uma instituição para a minha reabilitação física e académica. Fui desprezado. Nunca me faltou comer, mas faltava-me algo muito importante, a minha reabilitação profissional para um dia ser prestável á Sociedade e me tornar independente. Muito novo, já eu comprava livros e me refugiava num canto de casa para a obtenção do conhecimento. Sem frequentar as escolas, aos 18 anos já eu dava aulas a 8 amigos meus de raça negra. Já em Portugal continuei a estudar e de um momento para o outro, sem que os meus pais soubessem, descobriram, dias depois, que eu estava no Estoril, num hotel de 5 estrelas, e um Fiat 127 todos os dias lá me ia buscar para a empresa, inglesa, “Stander Eléctrica” em Cascais onde estava a tirar o curso de electrotecnia. Procurava uma ocupação que me desse o direito a ganhar dinheiro para adquirir o que ambicionava. Comprei equipamento sonoro para animação de festividades, casa, carro, lutei contra todas as barreiras que a burocracia contem, para poder adquirir carta de condução, cadeira de rodas eléctrica etc. etc. e integrar-me na sociedade. Hoje vivo afastado dos meus familiares mais directos porque, depois, de muita coisa ter conseguido adquirir na vida e uma delas era ter uma mulher comigo, o inesperado aconteceu. Os tempos mudaram e eu consegui, sempre, moldar-me às novas formas, não parei no tempo, mas mudar as mentalidades de outros isso não me é possível. E foi este o motivo que, depois de nunca ter tido o incentivo de alguém para me integrar na sociedade e me sentir um homem não deficiente mas sim diferente, depois de tudo o que adquiri lutando e saltando de trampolim em trampolim, vejo-me a ser obrigado a sair da minha própria casa só porque quis ter na minha companhia uma mulher, afastando-me assim dos meus pais a fim de procurar a paz, porque eles, e mais alguém, não aceitaram esta minha pretensão. Saí e fui brutalmente espancado pelo meu pai por não gostar de ouvir algumas verdades que lhe tive de dizer na altura. A minha actual companheira sempre os tratou com respeito, ao contrário do que quiseram fazer ver! Alegavam que tudo tinha acontecido porque a minha companheira bateu na minha mãe! Sofri e continuo-o a sofrer, porque para mim, a minha mãe, é, e será sempre, a maior mulher do mundo! Amo-a muito, e jamais aceitaria que alguém lhe tocasse com um dedo ou a mal tratasse. Encontro-me, com grande dificuldade, pagando uma rende de casa tendo eu a minha própria casa que adquiri por empréstimo bonificado por parte do estado, regalia esta que tem a ver com a minha deficiente. Mas Deus é grande, e como sempre, vai continuar a estar comigo e me ajudando a enfrentar todas as barreiras que me são impostas.

AO VIMIEIRO HEI – DE VOLTAR


Entre duas colinas íngremes
Corre o rio Alva serpenteando,
No lugar do Vimieiro
As águas vejo passando

Com umas casinhas de Xisto
E uma roda que não pára,
Ao lado de um caneiro
De uma beleza tão rara.

Nas margens os vimieiros
Sobre as águas debruçados,
No verão estão vestidos
No Inverno desfolhados.

Batendo de pedra em pedra
O rio corre para o mar,
Convidando os forasteiros
Nas suas águas banhar.

A convite ali fiquei
Uns dias para descansar,
Mas quem ali se desloca
Jamais consegue regressar.

Senti-me um prisioneiro
D’aquele belo paraíso,
Para quem não foi recomendo
Visite... e faça um juízo.

Percorrendo o rio sentado
Num barco de madeira eu via,
A beleza daquele lugar
Onde meu olhar se perdia.

Regressamos com algum peixe
Que o rio nos deu como prenda,
O Américo os foi fritar
E logo serviu para a merenda.

As férias foram curtas
Mas aqui hei-de voltar,
Um abraço aqui fica
Tudo e todos vou recordar.

2010/02/11

Somos deficientes todos os dias


No passado dia 3 de Dezembro foi muito baladado, pelos órgãos de comunicação social, o Dia Internacional do Deficiente. O deficiente não pode ser negligenciado e relembrado somente nesse dia! Sou deficiente motor, portador de poliomielite, e muito me repugna o abuso e negligencia que pessoas, não deficientes, entidades governantes e privadas, fazem dos deficientes. Passando a terem-nos como seres sem direitos e tratando-nos, muitas das vezes com ignorância.

Acontece que apesar de já á muito tempo as entidades municípais, de vários municípios do nosso país, não darem ouvidos ás nossas reclamações, acontece que por altura da feira feira e festa anual de São Mateus em Soure (de 18 a 22 de Setembro), decorre algo muito abusivo que passarei a mencionar.

Tal como todos os anos é colocado uma rollot de fabrico de farturas no centro da Vila ocupando um parque de estacionamento para deficientes onde existem outros 7 lugares para não deficientes. Este parque é o único que se encontra próximo da estação de correios, farmácias, bancos, médico e até os pricipais bares. Depois do fim das festas esta rollot vai permanecer ali mais uma semana, ou seja, os Deficientes ficam impedidos de se deslocarem aos citados locais cerca de 15 dias. Eu não necessito daquele parque, mas, é muito triste que todos os anos veja e ouça a revolta de outros que necessitam daquele lugar para estacionar o seu automóvel por alguns instantes.

Para alem deste "abuso" exitem outros. Ainda á tres anos, quando fizeram a iluminação ornamental, por altura das citadas festas de São Mateus, colocaram os postes de iluminação no meio do passeio e eu fiquei impedido durante 4 meses de ir ao Banco Milénium BCP, que éra o único que tinha rampa para cadeiras de rodas. O ano passado, quando vi a fazerem a iluminação, impus-me e obriguei-os a colocarem, os mesmos postes, mais a berma. Mas as barreiras tiveram que acontecer por parte da empresa de iluminação. Para eu poder ir ás lojas na rua São João de Deus, apesar de não haver rampas na passadeira em frente à pastelaria, sou obrigado a entrar no passeio em frente ao Banco Espirito Santo, contornar a Caixa Geral de Depósitos e seguir, só que, logo me deparo com mais uma barreira! Naquela rua, os postes foram colocados a meio do passeio e logo tenho fazer retrocesso e circular no piso destinado aos automóveis sujeitando-me a ser atropelado. Será que a Câmara Municipal não tem um funcionário para nessa altura inspecionarem o trabalho feito pela empresa contratada? Ou será que seja por falta de sensiblidade e respeito que a autarquia possa ter pelos que utilizam cadeiras de rodas e carrinhos de bebés que estas coisas acontecem?

Este é um dos grandes problemas que muitas das vezes leva-nos a sentirmo-nos marginalizados.

Existem outros mais, como por exemplo, os que utilizam cadeiras de rodas, tal como eu, sempre que vamos tratar de algum assunto á junta de freguesia temos que mandar chamar um funcionário para vir á rua e se estiver sol de rachar ou chuva vamos ter que gramar porque existe um degráu com cerca de 15 centimetros e por mais que eu já tenha defrontado os orgãos competentes, não me dão ouvidos porque eu sou um e um não tem direito a nada.

Somos poucos para quem não é Deficiente, mas para nós, somos muitos! Estes problemas só serão resolvidos, talvez, se houver um orgão de comunicação social que desmascare ou que, nós deficientes, venhamos a tomar outras medidas drásticas que envolvam os Agentes de segurança e tribunais.

Que grande treta


O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santo (Anti-democrático), ao dar posse ao novo governo reafirmou, num curto discurso, a sua determinação em combater a corrupção. Como é que é possível ele vir falar de um assunto que ele é o cabeça de lista dos maiores corruptos de Angola! A seguir a ele está a filha e seguindo-se toda a família e capangas que o apoiaram a escorraçar com os colonizadores e apoiados pelos cubanos combateram a UNITA porque não queriam a Democracia para ficarem, eles, a apoderarem-se de toda a riqueza de Angola!
Lamento muito!!! Nunca, no tempo da colonização, existiu tanta miséria, no povo, e tanta riqueza concentrada numa elite!!!
Este presidente á força (Edu), aqui á poucos anos a trás, apareceu nos 30 mais ricos do mundo! Então... so Saddam Hussain é que estava fazendo mal ao povo? Onde estão agóra a policia do mundo?
O Governo, que inclui 31 ministérios, foi empossado ao abrigo da nova constituição, que prevê a eleição do presidente da Republica pelo Parlamento, sendo que é o cabeça-de-lista do partido vencedor, e neste caso é sempre o MPLA pois mesmo em eleições as urnas só contam onde eles tiverem a certeza que o povo vota MPLA. Que grande Ditadura, faz doer meu coração, pois enquanto lá vivi, sempre desejei que Portugal saí-se e fosse implantado uma democracia onde reinasse a justiça, paz e igualdade social.

2010/02/09

Parir… ao dar à luz


Ainda tenho na recordação a forma, desde a geração até ser parido um filho da barriga de uma mulher há 50 anos atrás. Quase todas as famílias tinham mais de meia dúzia de filhos. Os meus avós paternos tiveram 7, os maternos 9. Naquele tempo a mulher ficava prenha, (não ficava grávida), nunca ia ao médico até ao dia de parir, (não dava á luz), e eram as mulheres mais velhas, as avós e outras, que ajudavam no parto, lá em casa e faziam o que era possível para a criança sair. Só nesse momento se sabia se era macho ou fêmea.
Segundo informações que obtive dos mais velhos, que são uns sábios, era muito raro e até mesmo não existiam recordações de mortes de crianças ou mães por altura do parto. Hoje tudo mudou. Que mulheres são estas, em relação ás nossas avós? Ou que raio de sistema é este que o homem inventou?
Ainda antes de a mulher ficar grávida já vai ao médico. Após descubra que está grávida começa a ir ao médico com frequência e após 4 ou 5 meses faz uma eco grafia para saber o sexo do bebé (não é da criança). Por altura de nascer vai para a maternidade. Vai para a maternidade e não está prenha, está grávida. Também não nasceu uma criança, foi um bebé. Depois, estes bebés não se alimentam dos peitos de suas mães. Enquanto esteve no ventre alimentava-se da sua mãe, depois passa a alimentar-se de leite vindo de animais quadrúpedes, quem sabe… de vacas loucas ou de língua azul! Eu, tal como tantos outros, mamei nos peitos de minha mãe e com 3 meses já me iam pondo na boca o caldo saboroso das deliciosas sopas daqueles tempos. Com um ano já eu comia sardinha salgada remelada, presunto feito em casa com sabor a ranço e carne de porco conservada na salgadeira durante meses. Hoje, tudo o que uma criança come é adquirido no mercado enquanto, que eu, até aos 22 anos, fui alimentado por alimentos produzidos pelos meus pais, excepto o peixe, açúcar, sal e o azeite.
Os nossos brinquedos eram um barco de papel, um moinho feito de junco, construídos por nós ou pelos nossos pais. Colocávamo-los na água que por altura das chuvas corria nas valetas nas bermas das estradas. Jogava-se ao peão e corria-se atrás do arco. Mas vivia-mos todos alegres, ao contrário que hoje, a maioria das crianças são embirrentas, têm falta de educação e não são humildes.
Era muito raro ir ao médico, que me lembra nunca os meus familiares recorriam ao médico e eu ainda hoje não utilizo fármacos para cá andar, mas não posso deitar foguetes! Um dos meus avós chegou aos 97 anos sem andar nas mãos dos médicos, e, recorda-me de muita gente daquele tempo que chegaram aos oitentas anos sem irem aos médicos. O que nos entra pela boca é que é o causador de doenças e também a falta de lidarem com os animais como era naquele tempo. São estas as principais causas das pessoas hoje em dia recorrerem aos serviços de saúde, logo a partir de tenra idade, e muito mais a partir dos 50 anos.
Se não se morre é porque se anda a amparar pelos fármacos com a finalidade de não de não se voltar já, já ao pó, porque do pó viemos e para o pó voltaremos. Se não morrer de novo de velho não falha. Nos tempos dos meus avós, os seus 7 e 9 filhos, e tantos outros, não tiveram patrões onde pudessem ter um ordenado. Trabalhavam as terras, das quais nos alimentavam e uma pequena parte da produção vendiam-na ou trocavam-na pelo sal, fósforos, açúcar, bacalhau, sardinha e panos (fazendas) com os quais faziam as nossas roupas. Que homens eram aqueles de há cerca de 70 anos a trás?
Nesta civilização, na qual sou obrigado a viver, porque se pudesse escolher escolheria viver junto aos índios na Amazónia. Tudo, aqui, se tornou artificial. Nasci em 1953 e tenho muita pena de não ter nascido em 1900 para não ter que ver a triste miséria em que este mundo se tornou. Queria ser selvagem…

A boa vontade do Senhor Ministro



Depois da entrega no Parlamento do Orçamento de Estado para o ano de 2010, assistimos na televisão a uma entrevista com o ministro das Finanças que, depois de interpelado pela jornalista admitiu que, se vier a ser necessário, está disposto a abdicar de parte do seu vencimento, como forma de ajudar na contenção de despesas.
O senhor ministro… não goze connosco! Então, impõem medidas de austeridade aos funcionários públicos, não os aumentando e o governo, que já há muito devia ter dado o exemplo reduzindo os seus vencimentos, ainda vem pôr essa eventual redução como hipótese.
Não há dúvida: os funcionários públicos são o elo mais fraco.
Mas que governo é este que, numa altura de crise, em que estamos “com a corda no pescoço” , como se costuma dizer, sé dá ao luxo de sustentar uns papões com ordenados chorudos? Por exemplo, e só para amostra, temos: Governador do Banco de Portugal com 17 800,00€, sem falar nos dois vice-governadores! E quanto levam os membros do governo? Certamente que não são vencimentos inferiores a estes…
Então, se isto não é gozar com o Zé pagante, o que é? É uma verdadeira afronta para quem está desempregado, para quem tenta sobreviver com menos de 200,00€ por mês e para quem está a viver no limiar da pobreza.
É a isto que chamam socialismo? Até me dá vontade de rir… vocês estão endividar o país.
Porque não tem a coragem de baixar os ordenados, que estão a cima dos 8000,00€, para metade?
Continuo a insistir no fim dos ordenados e pensões de reforma chorudas, algumas delas ainda acumuladas ao vencimento de um tacho, que lhes dá mais uma dezena de milhares de euros.
Acabem com as viaturas dos ministérios, salvo para deslocações oficiais. Desloquem-se nos seus carros, que ganham bem para isso. Em vez de o governo adquirir viaturas na ordem dos 60 000,00€ cada para os ministérios, adquiram carros de 16 000,00€ ou 22 000,00€. Fazem precisamente o mesmo serviço e gastam menos, o que se traduz em poupança para os cofres do Estado. E carros topo de gama, para quê para andarem só com uma pessoa excluindo o motorista?
São estas as medidas de contenção que este governo, (PS) de Socrates, preconiza?
Sou obrigado a concluir que a expressão “volta Salazar, que estás perdoado”, faz muito sentido nesta altura, mais que sempre…

2010/02/08

Festa de Nssª Senhora das Candeias




No dia 2 de Fevereiro, em Laborins – São Pedro de Alva – Penacova, o dia rompe em alvoroço por toda a aldeia (Laborins, Carvalhal e Beco). É dia de Festa e pelas 9h a Banda Filarmónica de São Pedro de Alva dá inicio a tocata no Cabeço do Carvalho junto à casa da minha prima Alice Sousa, e seguem até que se chegue as 10 horas para que tos os convidados, famílias e os elementos da musica, possam ir comer a primeira refeição que é o tradicional e maravilhoso arroz de fressura. Depois, a banda lá segue percorrendo o resto do lugar enquanto se vão deitando uns foguetes para o ar. Às 12 horas tem-se a missa e de seguida a procissão, no final desta, são vendidas as fogaças que são oferecidas pelas mordomas. No final deste leilão, que rende sempre, por capricho, uma excelente quantia de euros, cada família regressa a suas casas com os seus convidados e alguns músicos, uma vez que estes são distribuídos para a casa de vários, e então segue-se um almoço com uma ementa fabulosa e que se prolonga até á hora de jantar. Á noite decorre então, no Salão da Associação Laboriense, um baile com um grupo musical, onde todos vão dar um pezinho de dança.
No dia a seguir há, então, um grande leilão de oferendas onde todos oferecem algo e todos compram. Isto tudo dentro de uma harmonia de convívio e onde acaba por render milhares. No final deste leilão, todas as famílias regressão a casa para o jantar e voltar ao baile da noite.
Se a festa calhar a um dia de semana, como foi este ano (2010), na Sexta e Sábado a seguir haverá novos bailes e no Domingo nova missa. Será nesse dia, então, onde se fará o maior ajuntamento de famílias e amigos convidados para a boda, que só podem estar presentes ao Domingo por motivos de trabalho.
É assim, a festa em honra da Nssª Senhora das Candeias em Laborins que, segundo um habitante de Friúmes me disse, é a festa mais famosa do concelho de Penacova. Não sei se corresponde á verdade mas para mim é.
Foi a primeira vez que eu tive o prazer de acompanhar todo o desenrolar desta festa pois só há 5 anos a esta parte é que posso-o uma cadeira de rodas o que, para mim, foi como se costuma dizer, “um milagre”, pois foi como se de um momento para o outro, não tivesse pernas e surjo com pernas, o que me deu uma grande independência. Mas também, o motivo de ter acompanhado todo o desenrolar da festa se deve aos dois Mordomos, meu primo Carlos Sousa (Jóca) e ao António Roma que fora meu colega de escola ainda na Capela de Laborins. Um bem-haja a todos os Laborienses.
Programa de Animação da Festa de 2010
Terça (dia 2) Banda Filarmónica de São Pedro de Alva. À noite, baile com o grupo KAYENE
Quarta (dia 3) Gaiteiros e á noite baile com o grupo HOPUS BAND
Sexta (dia 5) Baile com o grupo IMPACTO
Sábado (dia 6) Gaiteiros e á noite baile com o grupo HI-FI
Domingo (dia 7) Outros gaiteiros para animarem o resto do Leilão.
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A Mordomia de 2010 agradece a todos que apoiaram, mas em especial aos Emigrantes que enviaram as suas ofertas e não poderam estar presentes, um bem haja.