A antiga Pérsia está á beira de ser alvo de um novo pacote de sanções ou mesmo de um ataque por parte dos Estados Unidos da América devido á persistência de Teerão em desenvolver um programa nuclear. Mas para 70 milhões de Iranianos o quotidiano continua a ser feito de rotinas e contradições, independentemente da retórica do presidente Ahmadinejad ou do braço de ferro entre a república islâmica e a comunidade internacional. O Xiismo é responsável pela unidade do país. Existe uma sinistra milícia “Basij” – uma guarda pretoriana que tem por missão zelar pela moral e pelos costumes impostos pelos Ayatollahs. A lei islâmica pode não ser favorável ás mulheres mas no Irão elas têm muitas oportunidades. Existem mulheres dentistas, cabeleireiras e até massagistas, que atendem pacientes ou clientes de ambos os sexos. Os estudantes têm apenas que pagar uma propina anual que ronda os 150 euros. Nas aulas aprendem a ter sucesso na vida e a rirem-se o mais possível. O currículo e a metodologia numa escola de Teerão é, em parte, inspirada num califórniano que ganha a vida a dar conferências e a escrever livros. Em Teerão há mulheres seminaristas em moral e conselheiras matrimonial, especialistas em moral islâmica, casam-se mas desde a puberdade que não podem tirar a Burca, as estudantes, durante as aulas, estão autorizadas a retirar o véu, nunca podem usar Jeans nem T-shirt. Homens e mulheres celebram o copo de água em áreas separadas e o casamento foi autorizado entre famílias, como manda a tradição. Mas todos dizem que «o mais importante é o amor». Os Basije, é o género de uma polícia, que serve para controlar os véus das mulheres. As autoridades iranianas reivindicam o direito a enriquecer urânio e a desenvolver um programa nuclear civil, apesar de o país possuir as segundas maiores reservas mundiais de petróleo e este é o principal factor pelo qual, os Estados Unidos quererem atacar Teerão. É a 12 quilómetros da cidade Dushehr, junto ao golfo Pérsico, que se está a ser erguida uma das maiores centrais atómicas de todo o Médio Oriente, com a ajuda de Rússia. Um ataque contra as instalações nucleares Iranianas teria como consequência acelerar o processo de desenvolvimento de armas atómicas, no país, pois o regime dos Ayatollahs estão apenas a cinco anos de conseguir fabrica-las. A ameaça de uma guerra generalizada naquela região do globo levou já á criação de uma frente árabe Sunita (Egipto, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados árabes Unidos) com o intuito de travar o que definem como «o perigo iraniano e a revolução Xiita».
Esta «nova ofensiva» diplomática Norte-Americana começou a desenhar-se com o convite do Rei Abudullah para que Amadinejad visitasse a Arábia Saudita – Bastião do poderio Sunita e um dos mais fiéis aliados Norte-Americanos. O Irão tornou-se em poucos anos – com a ajuda dos Estados Unidos da América, que eliminaram dois dos seus principais inimigos (os Talibans afegãos e Saddam Hussein) – uma potência regional. Os seus cofres ficaram cheios com o aumento do preço petróleo, de tal forma que o país enfrenta hoje uma inflação galopante. É aliado da Síria e, no Líbano, financia o Hezbollah. Na palestina, tem no governo do Hamas o seu principal amigo. Criticado internacionalmente, moderados e integristas, como ficou demonstrado com a detenção num fim-de-semana, de várias mulheres que se manifestavam para reivindicar igualdade de oportunidades. Embora todas as sensibilidades defendem o direito do país ao nuclear., todos receia novas sanções da ONU. Todavia, parece difícil que o concelho de segurança aprove medidas duras, pois a eventual oposição russa e chinesa junta-se por exemplo, o facto de algumas petrolíferas europeias – Repsol, Total ou Shell – Terem negociado já acordos que lhes garantem acesso ás segundas maiores reservas mundiais do ouro negro. É este o motivo pelo qual a América está interessada no ataque. Eles querem esse petróleo, nunca é nem será, como alegam, que é pelo facto do desenvolvimento do programa nuclear. Aqui existe uma verdade, se quiseram ver todos os iraquianos do lado do seu presidente é haver um ataque dos Estados Unidos da América. Por todo o Médio Oriente os povos, ou são Sunitas ou Xiitas e América utiliza uma estratégia, fazem-se amigos dos países bastiões do Sunismo (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia e Egipto) para depois terem o apoio ao ataque dos países, que tem petróleo e que são, maioritariamente, Xiitas. E assim vão as guerras da marca registada “WAR OF USA”.
O Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, fez uma ronda de quatro dias pela América Latina, com primeira paragem na Venezuela – onde visitará o Presidente Hugo Chávez, o mais fervoroso aliado de Teerão na região. Este encontro com latinos por parte de Ahmadinejad tem o intuito de fortalecer laços com um bloco de governos de esquerda declaradamente anti-americanos. O petro-populista Chaves e Ahmadinejad têm vindo a tornar-se cada vez mais próximos, sobre tudo graças ao antagonismo por ambos partilhados em relação a Washington e a administração do presidente, George W. Bush – alvo frequente de discursos extremamente “apimentados” por parte daqueles dois líderes. Aliás, o chefe de Estado venezuelano – a quem Ahmadinejad se referiu como “irmão” e”campeão da luta contra o imperialismo”, na anterior visita que fez á Venezuela, há uns tempos – tem-se destacado como empenhado como defensor das ambições nucleares iranianas, fortemente objectadas pelos Estados Unidos e alvo de condenação no seio do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ahmadinejad seguiu logo no domingo para a Nicarágua, tendo-se encontrado com o recém-empossado Presidente Daniel Ortega, antigo guerrilheiro marxista, e depois para o Equador, onde, na segunda-feira, assistiu à tomada de posse do recém-eleito presidente Rafael Correa. No tour, esteve ainda agendado um encontro com o presidente boliviano, Evo Morales, que acabou por acontecer em território venezuelano.
Nota: Quando escrevi este artigo, em 12 de Abril de 2007, dei-lhe o titulo de "Peste" pois é mais uma peste que surgiu! Países de Esquerda estão fazendo pactos com a finalidade de destruirem outros. É mais uma péste.
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