2010/02/24

O 25 de Abril e a festa dos Cravos


Nunca ninguém me viu, nem irá ver, no dia 25 de Abril, colocar um cravo no bolso do casaco ou trazelo comigo num outro lugar. Primeiro porque, o 25 de Abril de 1974, para mim, e penso que para a maioria, não foi benéfico.

E a verdade da minha opinião, é que, tal como tivemos oportunidade de ver, no apanhado, que um canal de televisão elaborou com o intuito de se saber qual teria sido o maior português a governar Portugal, foi eleito António Oliveira Salazar.

No dia da revolução, que de revolução nada teve, simplesmente, uns militares, aproveitaram-se da fragilidade em que se encontrava o governo, de Marcelo Caetano, para se apoderarem do poder. Até porque, Marcelo Caetano já estava a mudar muito o regime herdado de Salazar. Foi ele quem criara a Segurança Social e penções. Também ele tinha uma politica de maior abertura a novas ideias de governação e os jóvens deputados, entre estes pontificavam os bem conhecidos, José Pedro Leite, Francisco Balsemão, Mota Amaral e Francisco Sá Carneiro. Este grupo parlamentar juntamente com Marcelo Caetano tinham uma visão reformista, modernizadora e humanista no quadro do regime. A União Nacional tinha sido fundada nos valores do trabalho, da familia, do nacionalismo e de uma coesão interna idealizada num cooperativismo e o lema "Deus, Pátria e Familia", e no seu V congresso passa a designar-se "Acção Popular" e Marcelo substitui, em Fevereiro de 1974, a expressão "Estado Novo" pelo "Estado Social". Eram frutos dos tempos e cada tempo teve a sua história e seus frutos. Mas, todos eles, governaram com amor à pátria e eram patriotas. Hoje, governa-se com amor aos altos salários, governam sem contenção desperdiçando os dinheiros públicos levando milhares e milhares de familias a viverem ao mais baixo nível de pobreza. Cedem a exigências feitas por outros países, como por exemplo, a utilização do espaço aéreo e aterragem nos aeroportos militares por aviões da CIA. O envio de militares para os campos de batalha das guerras provocadas por outros países em outros países. O antipatriota, quando do envio de militáres para as ex-colonias, a fim de protegerem os portugueses, brancos, negros e mestiços, criticavam e não aceitavam. Hoje, não se impõem ao envio das citadas Forças Armadas para esses campos de batalha que nada têm a ver connosco! Deveriam lá ficarem todos.

São coisas como estas e outras mais que me fazem sentir revoltado com o 25 de Abril. Neste dia, algumas pessoas festejam-no, relembrando o dia e os fantoches Mário Soares, Álvaro Cunhal, Otélo Saraiva de Carvalho esquecendo-se do verdadeiro homem que comandou a coluna militar, chamado Salgueiro Maia. Sempre fui a favor de uma democracia. Antes do 25 de Abril de 1974 vivia em Angola e sempre ouvi os portugueses de raça branca, comentárem uns com os outros, de que se deveria acabar com a colonização, e fazer de Angola um Brasil. Até porque, tal como eu, tantos e tantos outros brancos éramos militantes da UNITA (União Nacional para a Independencia Total de Angola), o qual tinha como presidente Dr. Jonas Malheiro Savimbi que era um grande patriota que queria uma Angola livre, pluralista e pluriracial. Ainda hoje, reservo o me cartão e sou militante da UNITA em Angola.

Quando ouvimos falar da queda do regime em Portugal, ficamos felizes e nos meses seguintes juntávamo-nos nos grandes comícios da UNITA para ouvir o Dr. Jonas Savimbi. Os Angolanos 60% eram simpatizantes da UNITA, se tivesse havido eleições livres a UNITA ganharia, não haveria os 28 anos de guerra nem a fuga dos que não queriam morrer e hoje estaria lá um grande país sem a miséria que por lá prolifera. Mas não, isso não aconteceu porque os Bandalhos parasitas, que tomaram conta do regime na altura em Portugal, preferiram negociar com o MPLA que era um partido racista e comunista, e como o Agostinho Neto era cunhado de Rosa Coutinho, lá fizeram o cambalacho e entregaram sem se quer que o povo tivesse direito ao voto, levando-os para o caminho da guerra que durara quase 30 anos e onde morreram milhões de inocentes. Como vêem, os cravos vermelhos, no 25 de Abril, para mim representam traição e é um simbolo dos traidores, oportunistas que na altura da queda do regime, que nem sequer se encontravam em Portugal, estavam exilados, não contribuíram para o desenvolvimento da nação e nem no derrube, como alegam, do regime. Chegam cá e apresentam-se como heróis. Um heroi não foge, fica para juntamente com os outros, lutarem por aquilo que querem. A PIDE seguia-os porque sabiam bem o que eles eram e o que queriam. Vejam o Alentejo, que era o celeiro de Portugal; os estaleiros naváis, dos melhores do mundo; a fábrica de veículos (Berlié Tramagal) e outras, onde estão? Agora para pudermos sobreviver tem de se receber esmolas de outras nações e aceitar o que elas nos impoem, como por exemplo as cotas de produção agricula e pescado. Eu festejo o dia 24 e nunca o 25 de Abril. Mas deixo aqui os meus parabéns a esses políticos por terem conseguido o que pretendiam. Apoderarem-se dos dinheiros publicos, da corrupção e viverem ao mais alto nível de vida. Vejam o caso de Mário Soares, que foi tão falado, que andava a extorquir diamantes e marfim em Angola, e quando o seu filho, João Soares seguia num avião que foi deitado a baixo pelos guerrilheiros da UNITA na Jamba, nesse avião havia diamantes e marfim, o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, por causa de uma boca que Mário Soares mandou contra ele, ele amiaçou-o leva-lo a tribunal mas o caso foi abafado e porque? Não me perguntem que eu tambem não sei.

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