2010/09/26

O Grande lutador pela igualdade social



E em 1951, seis meses antes de se formar em Medicina, Ernesto Ché Guevara, decide interromper o curso - para desespero de seu pai - e iniciar, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente, de Buenos Aires a Caracas, na velha motocicleta do companheiro, uma Norton 500 cc, fabricada em 1939 e apelidada de La Poderosa II. Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como uma única entidade económica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosarias, interagindo com a população, especialmente os mais humildes. De volta à Argentina em 1953 acaba os estudos de Medicina e passa a dedicar-se à política.
Em 1953, Guevara actuou como repórter fotográfico cobrindo os Jogos Pan-Americanos do México, por uma agência de notícias argentina. Ainda em Julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.
Foi por causa da visão de tanta miséria e impotência e das lutas e sofrimentos que presenciou em suas viagens que o jovem médico Ernesto Guevara concluiu que a única maneira de acabar com todas as desigualdades sociais era promovendo mudanças na política administrativa mundial.
Em sua passagem pela Guatemala, onde chegou em Dezembro de 1953, Che presencia a luta do recém-eleito presidente Jacob Arbenz Guzmán, liderando um governo de cunho popular, na tentativa de realizar reformas de base, eliminar o latifúndio, diminuir as desigualdades sociais e um dos principais objectivos, garantir a mulher no mercado de trabalho.
O governo americano se opunha a Arbenz e, através da CIA, coordenou várias acções, incluindo o apoio a grupos paramilitares, contra o governo eleito da Guatemala, por não se alinhar à sua política para a América Latina.
As experiências na Guatemala são importantes na construção de sua consciência política. Lá Che Guevara auto define-se um revolucionário e posiciona-se contra o imperialismo americano.
Nesse meio tempo, Che conhece Hilda Gadea, com quem se casa e de cuja união nasce sua primeira filha, Hildita.
Em 1954, no México através de Ñico López, um amigo das lutas na Guatemala, ele conhece Raúl Castro que logo o apresentaria a seu irmão mais velho, Fidel Castro. Esse organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho, ou M26, em referência ao assalto ao Quartel Moncada, onde em 26 de Julho de 1953, Fidel Castro liderou uma acção militar na qual tentava tomar a principal prisão de presos políticos em Santiago. Guevara faz parte dos 72 homens que partem para Cuba em 1956 com Fidel Castro e dos quais só 12 sobreviveriam. É durante esse ataque que Che, após ser duramente espancado pelos rebeldes, larga a maleta médica por uma caixa de munição de um companheiro abatido, um momento que tempos depois ele iria definir como o marco divisor na sua transição de doutor a revolucionário.

Em seguida eles se instalam nas montanhas da Sierra Maestra de onde iniciam a luta contra o presidente cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos.
Os rebeldes lentamente se fortalecem, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais e trabalhadores urbanos. Guevara toma a responsabilidade de médico revolucionário, mas, em pouco tempo, foi se tornando naturalmente líder e seguido pelos rebeldes.
Após a vitória dos revolucionários em 1959, Batista exila-se em São Domingos e instaura-se um novo regime em Cuba, de orientação socialista. Mas teria sido a hostilidade dos Estados Unidos que levou ao seu alinhamento com a URSS. (“Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei nossos objectivos. (…) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções económicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo”.)

5 comentários:

  1. Realmente, Cuba, a ilha-prisão, seguiu bastante o exemplo da URSS: corrupção, expurgos internos, assassinatos, repressão, campos de trabalho forçado (que Che ajudou a construir) etc. Mas o que mais caracterizou a revolução cubana foi o "Paredón", em que Che teve participação ativa, principalmente em La Cabaña. Quantos ele matou lá? 300, 400?
    Junto aos seus ídolos Lênin, Stalin, Mao e companhia, Che contribuiu para a construção do regime que mais matou pessoas em toda a história, o chamado "socialismo real", responsável por mais de 100 milhões de mortos. Nada perde ele, portanto, diante do nefasto nazismo.
    Agora, o capitalismo selvagem transforma o rosto do Guevara em algo de Jesus Cristo... O próximo santo, com certeza, Osama Bin Laden...
    Mas talvez nem esses 100 milhões de vítimas ainda não bastem para derrubar esse mito que transformou um criminoso arrogante e intolerante com sua ideologia mentirosa em um santo aos olhos daqueles com preguiça de aprender História.
    Apenas para informar o amigo, o falso ídolo, esteve no Brasil na década de 60, e foi condecorado com a Ordem do Cruzeiro do Sul. (pode pesquisar na internet, para enriquecer o artigo), e cujo exemplo hoje, os petistas querem impor ao país... Infelizmente, estão querendo tornar o Brasil, uma Cuba, Cuba do Guevara...
    Amigo, herói mesmo, só Cristo, Ghandi, Luther King, e Mandela! O resto é balela!
    Um abração

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  2. José, em 1992 trabalhei em uma escola que tinha o nome de "Ciep Dr. Ernesto Che Guevara", acho que já tinha comentado em alguma postagem sua sobre isso.
    Sua imagem perdura até hoje como um símbolo de luta contra a opressão, seu ideal de vida era estar a serviço dos mais pobres e dos oprimidos.
    Um abraço...Bjsss

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  3. Realmente o personagem Che Guevara foi um mito obscuro e criado para atender os anseios de um socialismo que não deu certo em lugar nenhum.
    Aí está os pobres cubanos fugindo do próprio país, e os que ficam são caçados e clamam por liberdade. Eis aí o legado do sr. Che...
    Concordo com a primeira opinião. Cristo, Luther King e Mandela, esses sim, deixaram um legado maravilhoso e que revolucionaram conceitos.
    Bjss.

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  4. Penso que essa luta ainda não terminou, ainda temos muito por que lutar e eu, sinceramente, espero que surjam novos guerreiros, dispostos a lutar pelos mais humildes.

    Beijos, José!!!

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  5. Tenho doze anos,e sempre quis saber sobre a vida de Che Guevara idolatrado pelo meu pai.Afinal de contas é ou nao é verdade oq dizem dele ter sido um segundo hitler????

    Abraço

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