2010/03/15

Obama pressiona Pequim sobre questão comercial


Presidente norte-americano exige da China reciprocidade na abertura de mercados

É cada vez mais tensa a relação entre Washington e Pequim: agora foi Barack Obama a garantir que os EUA vão ser «bem mais firmes» com a China, no que respeita ao cumprimento das regras comerciais entre os dois países.
Num discurso em Washington, perante os senadores democratas, Barack Obama anunciou uma nova «abordagem» face à China: «Seremos bem mais firmes sobre a aplicação das regras existentes», mantendo a pressão sobre a China e sobre outros países para que abram seus mercados de maneira recíproca».
As palavras de Barack Obama mereceram a pronta resposta de Pequim, com o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Ma Zhaoxu, a acusar o presidente norte-americano de fazer «falsas acusações» e de «pressionar» o governo de Pequim.
Sinais de que continua degradar-se a relação entre os dois gigantes da economia mundial, que, desde o final do ano passado, se têm vindo a defrontar de forma cada vez mais aberta.
Além da questão cambial (há anos que os EUA pressionam o governo chinês para que promova a valorização do yuan) – que se reflecte nas relações comerciais entre os dois países – o recente negócio de venda de armas americanas a Taiwan levou um aumento da tensão entre os dois países.
Antes, já as denúncias da Goole (que diz ter sido alvo de ciberataques oriundos de Pequim) tinham motivado a troca de palavras azedas entre as duas chancelarias. A juntar a tudo isto há ainda a recente polémica acerca do encontro entre o Dalai Lama e Barack Obama.
Pequim, que classifica o líder budista como um «separatista», alertou Washington para a «grande sensibilidade da questão tibetana», de forma a «evitar danos adicionais às relações» entre a China e os EUA. Avisos ignorados na Casa Branca, onde esta semana um porta-voz do presidente confirmou que o Dalai Lama será mesmo recebido por Barack Obama.

Sem comentários:

Enviar um comentário