Ningem tem a noção da tristeza que invade o meu coração! Não existe um só dia que não pense na terra que me adoptou como filho. Sinto falta de tudo! Da amizade, do cheiro, da temperatura, do nascer e por do sol, do som da selva, da chuva que quando cai faz sentir em nós o deseijo de nos expor-mos de baixo d'ela etc. Foi, também, graças á convivencia com o meu povo, na selva, savana e no Kimbo, que me levou a sentir um apaixonado por Angola e apesar de ser raça branca sentia-me negro por dentro.
A ambição, que nós sentiamos, era de vir a ter uma Angola, nosso país livre, independente e de direitos iguais na sociedade. Por isso, um dia, levado pelo fernesim da sociedade, onde vivia, alistei-me na UNITA como militante (ainda hoje guardo comigo, com grande estimação, o cartão de militante), porque, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, era um homem justo, social-democrata e inspirava, em nós, alto teor de confiança no futuro da nossa terra livre. Muito me custou e ainda hoje sofro por ter sido, como tantos, a abandonar a terra que tinha como o «berço que me viu nascer». No passado dia 14 de Setembro de 2008, de uma forma hipócrita, Eduardo Santos, presidente deste país nao eleito legalmente pelo povo mas sim pela força das armas e corrupção, acto este que fez com que a UNITA e Savimbi revoltarem-se contra esta ilegalidade e voltassem a regressar á guerra á mais de duas décadas. Em 2008, José Eduardo dos Santos, à décadas no poder, e por alguma pressão mundial, só para calar o povo, de uma forma hipócrita, aceitou que o povo foce a vótos, mas, mais uma , manipula a comissão que vai controlar as eleições para que seja ele novamente a ganhar o poder.
Não compreendo como é que Portugal, nos partidos, da esquerda à direita, todos elogiam a transparência das eleições angolanas, como se esta «esmagadora victória» do partido de José dos Santos há muitos anos não estava preparada, através da mão de ferro que controla a impresa (houve até, no passado, jornalistas detidos e órgãos de comunicação social portugueses que foram proíbidos de entrarem no paraíso angolano). É de desconfiar toda esta subservência a um regime que se suetém no poder á força, corrupção e tráfico de influências. Ou não soubéssemos nós de certos trunfos usados no passado para garantir este amplo e transparente reconhecimento «democrático». É muito triste!!! Tenho, para comigo, que 80% dos angolanos não tiveram acesso ao voto e que, 80% dos que votaram eram adeptos do MPLA, partido este, de José Eduardo dos Santos. Aquilo que os amantes pela pátria angolana ambicionavam, antes do 25 de Abril de 1974, foi por água a baixo! Se alguma vez, os filhos de Angola, tiveram alguma liberdade e igualdade social, foi antes da queda do fascismo em Portugal.
Este silencio das nações, em relação ás ultimas eleições, só me demonstram que, todos estão interessados na exploração das riquezas existentes naquele país e por isso aceitaram, com bons olhos, as eleições que, tal como todos viram, na própria capital, no dia do voto, ainda estavam à espera do material para o acto eleitoral. É triste, muito triste... mas se no passado as politicas dos países, ditos hoje democráticos, eram más, estamos a passar por coisas muito piores e desumanas. Lamento esta hipocrisia mundial!
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