A curiosidade em saber o futuro é natural nas pessoas. Quem não gostaria de poder ler hoje os jornais da próxima semana, para saber antecipadamente os resultados da lotaria, conhecer a marcha de certos negócios ou as próximas decisões do estado? Mas a curiosidade em relação ao desconhecido, que se manifesta na nossa sociedade, não tem nada de inocência. Ela reveste, pelo contrário, aspectos quase doentios, ao vermos milhares, talvez milhões de pessoas procurarem com ansiedade, com angustia, os conselhos dos videntes, dos adivinhas e dos místicos, na esperança de encontrarem uma saída, uma solução…Com um presente carregado de problemas, insolúveis e um futuro cheio de inquietantes expectativas, o ser humano cada vez mais se agarra aos recursos não tradicionais, como um náufrago se agarra a uma tábua de salvação, na ansiosa procura de uma orientação que o ajude a superar as coisas do presente e as incertezas e insegurança do futuro.
Vivemos na “éra da insegurança” e a humanidade procura algo em que possa, afinal, confiar, procurar uma orientação segura, no meio deste mar proceloso que atravessa. Não quero viver mais – gemia e gritava o rapaz, enquanto procurava libertar-se dos que o seguravam, impedindo assim que saltasse de um precipício para o mar. Passado alguns momentos, um pouco mais calmo, ele contou aos que o seguravam os motivos que o levaram àquela atitude extrema. Eram tantos os problemas que o afligiam e tão grande o seu desespero que os que o seguravam quase lhe permitiram consumar o seu acto suicida.
Numa respectiva mais geral e colectiva, a humanidade parece estar prestes a “saltar do precipício para o mar” por não encontrar resposta para os seus problemas mais importantes. A angústia, o desespero passaram a fazer parte do dia a dia da nossa civilização. Parece que a solução não existe, a resposta não chega. Não vale a pena…As soluções que aparecem vão desde o “quanto pior, melhor”, passando pela luta armada entre classes, até ás já gastas “reuniões de alto nível” entre as grandes potencias mundiais.
Ao olhar para o caos em que se encontra o planeta, em que se encontram as suas próprias vidas, muitos preferem, como aquele jovem, por termo á existência, porque não encontram uma solução. O avanço cientifico e tecnológico não resolvem, nem resolverá nunca o problema existencial do ser humano – o vazio, a sensação de que sempre falta alguma coisa, de que, afinal, não chegamos a realizar-nos completamente, mesmo depois de termos concretizado os nossos sonhos. Para preencher esse vazio da alma humana, muitos procuram a companhia de outras pessoas, mas a companheirismo que os amigos podem oferecer não é o suficiente para preencher o espaço infinito do coração humano.
Outros dedicam-se inteiramente a acumular riquezas. Mas o dinheiro também não resolve o problema. Podemos juntar fortunas imensas, mas que ainda fosse possível conquistar o mundo inteiro, sempre ficaria a ânsia de novas aquisições, numa sede insaciável de preencher o vazio infinito do coração. Sexo, casamento, educação, são outras alternativas que o homem procura, na tentativa de encontrar a realização total, mas que produzem sempre o mesmo resultado: Uma inexplicável sensação que todos buscamos não está neste mundo. Se estivesse, a humanidade já a teria encontrado. A satisfação plena é produto da segurança absoluta e de paz interior, que só Deus pode dar mas a maior parte das pessoas a rejeita. O Stress é um dos grandes males da sociedade do mundo moderno. Trânsito difícil, corrida contra o relógio, problemas financeiros – são estes alguns dos mais importantes ingredientes de um mal moderno chamado Stress. Para a maioria das pessoas, esse mal é inevitável. Faz parte da sua rotina diária, do seu estilo de vida. Mas a personalidade, o carácter e a saúde da pessoa são afectadas. Um indivíduo sujeito a Stress prolongado torna-se irritável, nervoso, intratável, critico, incapaz de aceitar os outros porque não se aceita a si mesmo. Pode sofrer de úlceras gástricas, de dores de cabeça, problemas digestivos e cardíacos. Valerá a pena sujeitar-se a tudo isto?
Há solução para o Stress! É possível contornar esse “mal do século”, até certo ponto pelo menos, se se aprender a conviver com ele. Um dos métodos que pode ajudar é a pratica de um estilo de vida equilibrada. Não é fácil, no nosso mundo actual, com as suas exigências e contrariedades. Existe a tendência de nos acomodarmos á massa, de perdermos de vista a nossa identidade e individualidade. Mas não devemos esquecer-nos de que somos compostos por quatro dimensões: a física, a mental, a social e a espiritual. Para que haja um equilíbrio na nossa vida, estes quatro aspectos devem ser desenvolvidos de forma harmoniosa. O corpo é um templo e por isso deve ser preservado, mantido nas melhores condições possíveis, e por isso implica que devemos evitar tudo o que possa estragar ou prejudicar o nosso organismo. Esta atitude já capacitaria o homem para enfrentar muitos das tenções e problemas da vida. Mas o corpo e a mente estão intimamente relacionados. O que afecta um afecta a outra. Por essa razão, devemos ocupar o nosso pensamento com coisas positivas. No entanto, o ritmo da nossa vida é marcado, também, pelo aspecto social. Um relacionamento social saudável, isento de agressividade, de ódio e perfídia é fundamental para o bom equilíbrio do ser humano. Neste campo, entra em jogo a ética Cristã, baseado na compreensão, na benevolência, no amor “que tudo sofre, tudo crê e tudo suporta”. Uma das realidades mais duras que o ser humano tem que enfrentar é a da morte. Todo o nosso ser se revolta contra a ideia de que, um dia, a qualquer momento, tudo pode terminar, não podemos aceitar que todos os nossos planos, aquilo que tanto nos esforçámos por conseguir estará, para sempre, fora do nosso alcance. Ansiamos viver, sentimos em nós um apelo constate que nos arrasta em direcção á eternidade. Mas não o podemos alcançar…Na tentativa de evitar a morte, a ciência tem procurado e desenvolvido novas técnicas, novos meios, muitos deles no limite entre a realidade e a ficção. Mas quando a morte chega, cega e fria, não há nada a fazer…Já na antiguidade, o homem procurava vencer essa terrível inimiga. Quase todas as civilizações e povos antigos praticavam rituais funerários que incluíam uma preservação do cadáver, de modo a permitir-lhe o retorno á vida no além. Havia, e ainda hoje há, a crença na imortalidade e na transmigração das almas, o que leva esses povos a invocarem os seus Deuses em favor das “almas desencarnadas” que consideravam “perdidas”. Mas a realidade da morte venceu todas essas crenças e rituais fúnebres. A prova-lo estão as múmias, encontradas no Egipto, os túmulos e os cemitérios espalhados por toda a parte.
E o que fazer? As tragédias que se batem sobre o nosso planeta são cada vez mais frequente e mais terríveis, tal como aconteceu agora no Haiti. Guerras, pestes, fome, catástrofes naturais ou provocadas…Mas a maior tragédia está em que muitas dessas situações desastrosas, são causadas pelo próprio homem, que fica insensível, alheio ao sofrimento e desgraça que o rodeiam. O homem, é sem sombra de dúvida, o ser vivo, mais estúpido e rancoroso que se encontra a habitar o planeta terra. E depois de fazer uma análise a tudo o que leu, diga lá, não valia muito mais ter nascido junto dos indisnas da Amazónia? Fora deste sistema de vida social? A civilização do homem conduze-los a ponto de fazerem desaparecer toda a vida na terra. Já não levará mais meio século e este planeta deixará de ter vida. Ainda á pouco tempo, numa cimeira, dos G8, na Alemanha, os Estados Unidos da América, rejeitaram assinar o protocolo que levava á redução da emissão de gazes, CO2, causadores pela destruição da camada do ozono, alegando que prejudicaria o meio económico das empresas e do próprio Estado Americano. Agora chego a interrogar-me: Zé, não querias acreditar, quando desde muito novo ouvias dizer – “A dois mil chegarás mas, de dois mil não passarás”, já acreditas? Sem dúvida, agora acredito, a vida na terra não passa deste século. Sei que sou pessimista, mas não existem razões que me façam sentir optimista.
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