Vou tirar férias e vou para o Haiti. Era assim que ouvi muitos amigos meus quando chegavam ao tempo de férias.
Os primeiros humanos nesta ilha, conhecida como Quisqueya pelos índios arauaques (ou taínos) e Caraíbas chegaram à ilha há mais de 7000 anos. Em 5 de Dezembro de 1492, Cristóvão Colombo chegou a uma grande ilha, à qual deu o nome de Hispaniola. Mais tarde passou a ser chamada de São Domingos pelos franceses. Dividida entre dois países, a República Dominicana e o Haiti, é a segunda maior das Grandes Antilhas, com a superfície de 76.192 km² e cerca de 9 milhões de habitantes. Com 641 quilómetros de extensão entre seus pontos extremos, a ilha tem formato semelhante à cabeça de um caiman (ou caimão) (pequeno crocodilo abundante na região), cuja "boca" aberta parece pronta a devorar a pequena ilha de Gonaive. O litoral norte abre-se para o oceano Atlântico, e o sul para o mar do Caribe (ou das Antilhas).
A Ilha Hispaniola foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1492. Já no fim do século XVI, quase toda a população nativa havia desaparecido, escravizada ou morta pelos conquistadores.
A parte ocidental da ilha, onde hoje fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697. No século XVIII, a região foi a mais próspera colónia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café.
Após uma revolta de escravos, a servidão foi abolida em 1794. Nesse mesmo ano, a França passou a dominar toda a ilha. Em 1801, o ex-escravo Toussaint Louverture tornou-se governador-geral, mas, logo depois, foi deposto e morto pelos franceses. O líder Jacques Dessalines organizou o exército e derrotou os franceses em 1803. No ano seguinte, foi declarada a independência e Dessalines proclamou-se imperador.
Após período de instabilidade, o país é dividido em dois e a parte oriental - actual República Dominicana - reocupada pela Espanha. Em 1822, o presidente Jean-Pierre Boyer reunificou o país e conquistou toda a ilha. Em 1844, porém, nova revolta derrubou Boyer e a República Dominicana conquistou a independência.
Da segunda metade do século XIX ao começo do século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos Estados Unidos da América ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934, sob o pretexto de proteger os interesses norte-americanos no país. Em 1946, foi eleito um presidente negro, Dusmarsais Estimé. Após a derrubada de mais duas administrações governamentais, o médico François Duvalier foi eleito presidente em 1957.
François Duvalier, conhecido como Papa Doc, instaurou feroz ditadura, baseada no terror policial dos tontons macoutes (bichos-papões) - sua guarda pessoal -, e na exploração do vodu. Presidente vitalício, a partir de 1964, Duvalier exterminou a oposição e perseguiu a Igreja Católica. Papa Doc morreu em 1971 e foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier - o Baby Doc.
Em 1986, Baby Doc decretou estado de sítio. Os protestos populares se intensificaram e ele fugiu com a família para a França, deixando em seu lugar o General Henri Namphy. Eleições foram convocadas e Leslie Manigat foi eleito, com grande abstenção. Manigat governou de Fevereiro a Junho de 1988, quando foi deposto por Namphy. Três meses depois, outro golpe pôs no poder o chefe da guarda presidencial, General Prosper Avril.
Depois de mais um período de grande conturbação política, foram realizadas eleições presidenciais livres em Dezembro de 1990, vencida pelo padre esquerdista Jean-Bertrand Aristide. Em setembro de 1991, Aristide foi deposto num golpe de Estado liderado pelo General Raul Cedras e se exilou nos EUA. A Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização das Nações Unidas (ONU) e os EUA impuseram sanções econômicas ao país para forçar os militares a permitirem a volta de Aristide ao poder.
Em Julho de 1993, Cedras e Aristide assinaram pacto em Nova York, acordando o retorno do governo constitucional e a reforma das Forças Armadas. Em Outubro de 1993, porém, grupos paramilitares impediram o desembarque de soldados norte-americanos, integrantes de uma Força de Paz da ONU. O elevado número de refugiados haitianos que tentavam ingressar nos EUA fez aumentar a pressão americana pela volta de Aristide. Em Maio de 1994, o Conselho de Segurança da ONU decretou bloqueio total ao país. A junta militar empossou um civil, Émile Jonassaint, para exercer a presidência até as eleições marcadas para Fevereiro de 1995. Os EUA denunciaram o acto como ilegal. Em Julho, a ONU autorizou uma intervenção militar, liderada pelos EUA. Jonaissant decretou estado de sítio no dia 1º de Agosto.
Em setembro de 1994, força multinacional, liderada pelos EUA, entrou no Haiti para reempossar Aristide. Os chefes militares haitianos renunciaram a seus postos e foram anistiados. Jonaissant deixou a presidência em Outubro e Aristide reassumiu o País com a economia destroçada pelas convulsões internas.
No período de 1994-2000, apesar de avanços como a eleição democrática de dois presidentes, o Haiti viveu mergulhado em crises. Devido à instabilidade, reformas políticas profundas não puderam ser implementadas.
A eleição parlamentar e presidencial de 2000 foi marcada pela suspeita de manipulação por Aristide e seu partido. O diálogo entre oposição e governo ficou prejudicado. Em 2003, a oposição passou a clamar pela renúncia de Aristide. A Comunidade do Caribe, Canadá, União Europeia, França, Organização dos Estados Americanos e Estados Unidos, apresentaram-se como mediadores. Entretanto, a oposição refutou as propostas de mediação, aprofundando a crise.
Em Fevereiro de 2004, conflitos armados surgiram em Gonaives, espalhando-se por outras cidades nos dias seguintes. Gradualmente, os insurgentes assumiram o controle do norte do Haiti. Apesar dos esforços diplomáticos, a oposição armada ameaçou marchar sobre Porto Príncipe. Aristide deixou o país em 29 de Fevereiro e asilou-se na África do Sul. De acordo com as regras de sucessão constitucional, o presidente da Suprema Corte, Bonifácio Alexandre, assumiu a presidência, interinamente. Bonifácio requisitou assistência das Nações Unidas para apoiar uma transição política pacífica e constitucional e manter a segurança interna. Nesse sentido, o Conselho de Segurança (CS) aprovou o envio da Força Multinacional Interina (MIF) que logo iniciou seu desdobramento, liderada pelo Brasil.
Considerando que a situação no Haiti ainda constitui ameaça para a paz internacional e a segurança na região, o CS decidiu estabelecer a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti que assumiu a autoridade exercida pela MIF no dia 1º de Junho de 2004. Para o comando do componente militar foi designado o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Exército Brasileiro. O efectivo autorizado para o contingente militar é de 6.700 homens, oriundos dos seguintes países contribuintes: Argentina, Benin, Bolívia, Brasil, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai.
Economia do Haiti
No século XVIII, o Haiti, então chamado de Saint-Domingue, e governado pelos franceses, era a mais próspera colónia no Novo Mundo. Seu solo enormemente fértil produzia uma grande abundância de colheitas e atraiu milhares de colonizadores franceses.
Desde o período de colonização o Haiti possui uma economia primária. Produzia açúcar de excelente qualidade, que concorreu com o açúcar brasileiro no século XVII e junto com toda produção das Antilhas serviu para a desvalorização do açúcar brasileiro na Europa. Após vários regimes ditatoriais, hoje em dia seu principal produto de exportação ainda continua sendo o açúcar, além de outros produtos como banana, manga, milho, batata-doce, legumes, tubérculos e muito mais.
Actualmente sua economia encontra-se destroçada e em ruínas. O país permanece extremamente pobre, sendo o mais pobre da América e de todo Hemisfério Ocidental, tão miserável como Timor-Leste, Afeganistão, entre outros. 45,2% da população é analfabeta, a expectativa de vida é de apenas 60,9 anos. Sua renda per capita é um terço da renda da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro-Brasil.
Longe vão os tempos em que eu ouvia muita gente dizer que o Haiti era um local ideal para férias, para o lazer. Com a miséria que por ali prolifera, o medo que causa aos turistas os seus habitantes, aquele país deixou de o ser. É assim, onde reinam as politicas, regras, ambições, consumismo e ambição de poder, mais tarde ou mais cedo é nisto que cai um país. E, este Portugal plantado á beira-mar, pelo que se vê acontecer no dia a dia, para lá caminha. É assim, no mundo que quizeram implantar a chamada "civilização"!!!
A TRAGÉDIA
Em 12 de Janeiro de 2010, um terramoto de proporções catastróficas, com sete graus de magnitude na escala Richter atingiu o país a aproximadamente 22 quilómetros da capital, Porto Príncipe. Em seguida múltiplos tremores com magnitude em torno de 5.9 graus foram sentidos na área. O palácio presidencial, várias escolas, hospitais e outras construções ficaram destruídos após o terramoto. Isto é lamentavel mas é um acontecimento natural a que ninguém pode fugir, o mais lamentável é quando o próprio homem o faz através de armamento bélico. Se os habitantes deste país já viviam numa grande pobreza, pior agora com esta tragédia.
Em 12 de Janeiro de 2010, um terramoto de proporções catastróficas, com sete graus de magnitude na escala Richter atingiu o país a aproximadamente 22 quilómetros da capital, Porto Príncipe. Em seguida múltiplos tremores com magnitude em torno de 5.9 graus foram sentidos na área. O palácio presidencial, várias escolas, hospitais e outras construções ficaram destruídos após o terramoto. Isto é lamentavel mas é um acontecimento natural a que ninguém pode fugir, o mais lamentável é quando o próprio homem o faz através de armamento bélico. Se os habitantes deste país já viviam numa grande pobreza, pior agora com esta tragédia.
A minha solieriedade para com aquele povo.
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